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As crianças estão ganhando smartphones muito cedo?

As crianças estão ganhando smartphones muito cedo?

Pesquisa revela como pais e filhos estão lidando com o acesso a esta tecnologia.

Quase como um brinquedo, que é usado para diversão e até solicitado como presente de Natal, o smartphone está presente na vida das crianças brasileiras cada vez mais cedo. Na faixa com até 12 anos, 44% delas já possuem inclusive um celular próprio. O percentual só é mais baixo do alcançado em 2021, no auge da pandemia (que chegou a 49%).

Este e outros dados foram revelados pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil. Para entender como pais e filhos lidam com o acesso a esta tecnologia, o estudo realizou entrevistas com 1745 brasileiros que acessam a internet, possuem smartphone e são pais de crianças de 0 a 12 anos. O levantamento foi feito entre 22 de setembro e 3 de outubro de 2022.

A principal constatação é que o smartphone já faz parte da infância dos brasileiros e, por isso, é uma relação que deve continuar sendo acompanhada de perto. Afinal, as crianças formam um grupo suscetível uma vez que são indivíduos ainda em formação. A pesquisa ainda verificou as principais razões das crianças terem acesso ao celular, tempo de uso e conteúdos mais consumidos. Confira outros insights da pesquisa a seguir.

Todo mundo quer um smartphone

Não só 44% das crianças contam com um smartphone próprio, como 35% usa o aparelho dos pais. Ou seja, na faixa dos 0 a 12 anos, 79% têm acesso a esta tecnologia. De maneira natural, quanto maior a criança, maiores os percentuais: entre 10 e 12 anos, os “donos de celulares” aumentam e 77% já têm seu smartphone individual.

A influência da digitalização é tão grande que estes aparelhos se transformaram em objeto de desejo dos pequenos, como um brinquedo que se espera ganhar de aniversário ou de Natal. A pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box também mediu isto e constatou que a maioria das crianças já pediu um smartphone de presente. E, mais uma vez, o percentual sobe de acordo com a idade, começando com 30% na faixa de 0 a 3 anos e chegando a 92% na faixa de 10 a 12 anos.

Para as famílias entrevistadas, a grande influência são os amigos (47%), a publicidade (19%), irmãos e primos (16%) e, por último, os pais (12%). Mas o próprio documento ressalta que, embora seja difícil de admitir, é provável que as crianças espelhem o comportamento dos seus responsáveis, que não largam os smartphones o dia inteiro.

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Por que as crianças têm acesso a smartphones?

Ainda que a pandemia e o acesso remoto ao conteúdo oferecido pelas escolas tenham dado um boom no uso dos smartphones para educação, engana-se que este é o principal motivo pelo qual as crianças têm acesso ao aparelho. Na verdade, ele se tornou uma ferramenta de entretenimento.

Entreter os filhos é a grande razão de uso dos smartphones, tanto entre crianças que possuem celulares (60%) quanto naquelas que emprestam o dos pais (55%). Outras justificativas são falar com os pais, parentes e amigos, desenvolver habilidades tecnológicas, por segurança e para estudar.

Mas ainda existem aquelas famílias que não deixam seus filhos utilizarem o aparelho de jeito nenhum. Da amostra total ouvida pela pesquisa, 363 pais optam por essa estratégia e os motivos são: porque o celular prejudica o desenvolvimento da criança (70%), porque é prejudicial à saúde ou por não gostar do conteúdo acessado (38%) e por ter medo que o filho quebre o aparelho (18%).

De fato, são preocupações válidas. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que, se não forem bem reguladas, as experiências adquiridas por crianças e adolescentes por meio das telas terão impacto no comportamento e estilo de vida até a fase adulta. Além disso, elas podem gerar inúmeras consequências na saúde infantil, como problemas de saúde mental, por exemplo, ansiedade e depressão; transtornos, desde o TDAH a alterações na alimentação e sono; problemas posturais, visuais e auditivos; baixa autoestima, etc.

O tempo de uso e os problemas para a saúde infantil

Um dos problemas apontados pela SBP é também a dependência digital, que vem sendo chamada de Transtorno de Dependência de Tela. No caso infantil, esse vício em telas pode dar sinais quando a criança fica presa ao dispositivo durante todo o dia, faz suas refeições com os olhos grudados no celular e evita outras atividades (esportes, brincadeiras, passeios…) para continuar usando o smartphone.

Neste sentido, a pesquisa Crianças e smartphones no Brasil trouxe dados inéditos e alarmantes. Pela primeira vez, ela solicitou que os pais estimassem quantos minutos seus filhos passam por dia, em média, olhando a tela do smartphone.

Com base nas respostas, as crianças brasileiras de 0 a 12 anos gastam cerca de 3 horas e 53 minutos por dia com o aparelho – o indicado pela Sociedade Brasileira de Pediatria é no máximo duas horas diárias para crianças até 10 anos; aos menores de dois anos, o uso não é recomendado.

O tempo de uso é ainda maior em grupos específicos. A faixa de 10 a 12 anos, meninos e estudantes de escolas públicas utilizam mais o smartphone. Segundo o estudo, isso pode ser explicado pela menor oferta de opções de entretenimento em lares com renda familiar mensal mais baixa ou pelo menor tempo que os pais têm para se dedicar a seus filhos.

Na verdade, a maioria das famílias até entende que deve regular o acesso a esta tecnologia de alguma forma, uma vez que 72% dos pais restringem o tempo de uso, 33% controlam na maior parte das vezes o que está sendo consumido e 85% sabe com quem os filhos estão conversando. Mas nem sempre a intenção se transforma em prática, pois 55% ainda considera que os filhos passam mais tempo do que deveriam com os celulares.

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O que as crianças acessam no smartphone

Uma vez que o que as crianças mais buscam é se entreter com seus celulares, não é à toa que os conteúdos mais acessados por elas giram em torno de vídeos, jogos e redes sociais. Em primeiro lugar vem o YouTube, seguido de WhatsApp, YouTube Kids, TikTok e Netflix. Entre os jogos, destacam-se Roblox, Minecraft, Free Fire e Fortnite.

Aqui, também valem algumas recomendações da SBP. Além da limitação do tempo de tela, é importante que os pais supervisionem o que está sendo consumido nestes app de jogos e vídeos, não permitam o uso durante refeições e antes de dormir, criem regras e recorram a senhas e filtros apropriados para toda a família, e denunciem conteúdos impróprios, como aqueles com teor de violência.


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