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10 aprendizados do sistema de saúde após 2 anos de pandemia

10 aprendizados do sistema de saúde após 2 anos de pandemia

Com grandes impactos e mudanças no mundo todo – e em todos os setores – a Covid-19 deixou lições que devem ser entendidas

Várias mudanças e transformações ocorreram após o segundo ano de convivência com a pandemia de Covid-19. Como não poderia deixar de ser, o sistema de saúde foi o que mais passou por adaptações diante da gravidade da situação.

Um levantamento da McKinsey & Company listou os 10 principais aprendizados que a pandemia trouxe para o sistema de saúde. Um ranking para tirar de lição dessa experiência. Acompanhe.

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1. Visão sobre problemas e impactos

Nós sabemos que as doenças infecciosas como um todo são um problema para a sociedade, mas o que foi considerado observando o futuro é a importância dos efeitos indiretos na saúde, que podem ser mais significativos do que o impacto direto.

Exemplos disso são exames de rotina atrasados, um sistema de saúde sobrecarregado, ou até mesmo uma piora na saúde mental das pessoas.

Leia mais: Pandemia, saúde mental e os novos perfis de consumidores

2. O novo paradigma sobre vacinações

A qualidade e desenvolvimento de vacinas para emergências foi alto relevante e discutido entre todos os grupos sociais. A chance de possíveis futuras emergências já se ameniza devido ao tempo recorde e investimento da vacinação contra Covid-19.

Com apenas 326 dias, uma sequência genômica foi desenvolvida e recebeu autorização de autoridades rigorosas e exigentes para vir a se tornar uma vacina para Covid-19, quebrando todos os recordes anteriores.

A nova discussão no momento é o tempo em que uma determinada sequência necessitaria para a autorização com apenas 100 dias para uma possivelmente ameaça de emergência.

3. Melhora e avanço na capacidade local para fabricações

As deficiências no processo de fabricação de vacina, por outro lado, são algo que necessita de uma atenção especial, principalmente em relação à desigualdade.

Aumentar significativamente número da capacidade local nas regiões, o processo de fabricação de vacinas seria mais rápido em situações emergentes.

Um exemplo disso é que locais com baixa renda já tem planejamentos e intenções de desenvolver a própria capacidade local, para que dependam menos de acordos globais e países mais desenvolvidos para administrar crises e emergências.

4. Sensação de confiança

A confiança foi algo a ser levantado e compreendido durante esses dois anos de pandemia. Esta foi um dos fatores mais determinantes e também delicados.

Desde o início da pandemia, o sistema de saúde precisou contar com a confiança do público com as medidas governamentais e órgãos de responsabilidade pública.

Leia mais: Como trabalhar a jornada de um consumidor que tem pouca confiança?

5. Agilidade para adaptações e informações em pandemia

A pandemia nos trouxe um fator importante que é a agilidade para a realização de novos comportamentos e adaptações no dia a dia. Conforme um novo capítulo ia surgindo, novas medidas e novas informações eram exibidas. Esclarecimentos ágeis como os benefícios do uso de máscara, a chance de reinfecções, riscos de novas variantes, as dificuldades de uma imunidade de rebanho e de medidas de esforço para o controle de casos.

Estado e empresas se viram interessadas em incorporar novos planos rápidos como diferentes formas de comunicação e também o método de trabalho home office, trabalho remoto e a telemedicina — prática muito adotada entre sistemas de saúde para atender pacientes com orientações adequadas.

É válido relembrar que mesmo antes de pandemia o home office já era um estilo de trabalho em crescimento no Brasil. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, o país quebrou o recorde de pessoas trabalhando de suas casas: 3,8 milhões de brasileiros.

Leia mais: Pessoas que trabalham em home office se consideram extremamente felizes

Em período de pandemia esse número só subiu. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) levantou dados de que entre maio e novembro de 2020, cerca de 8,2 milhões de pessoas trabalharam home office no Brasil.

Grandes empresas já adotaram o trabalho remoto como definitivo, como a OLX Brasil, XP, Zup, Stefanini, porém ainda ressaltam a importância de um escritório físico para atender necessidades específicas e variadas.

6. Comportamentos da sociedade em uma situação de crise

A política de comportamento e gestão governamental é importante, mas o comportamento individual às vezes pode ser mais ainda. Podemos observar isso como, por exemplo, a obrigatoriedade das máscaras e regras de distanciamento, que sofreram alterações conforme os números informados pelos sistemas de saúde.

Diante de atualizações, a população foi se adaptando em um período curto de tempo, e quando houve o anúncio das fabricantes de vacinas, houve uma parte significativa que se recusou a tomar, o que contribuiu para que o SARS-CoV-2 tivesse novas mutações.

7. A saúde mental diante da educação à distância

Estudantes e professores tiveram que se adaptar ao ensino remoto, o que alavancou uma maior atenção à saúde mental. A educação à distância teve muitos impactos negativos para várias crianças e adolescentes, principalmente para os estudantes de baixa renda.

Abordando sobre a saúde mental em tempos de pandemia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou em março de 2022 alguns levantamentos de um resumo científico sobre o tema. O resultado foi um aumento de 25% de desencadeamentos referentes a depressão e ansiedade em nível global.

Leia mais: Brasil lidera casos de depressão e ansiedade na pandemia

Segundo Tredos Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, os países devem prestar atenção a isso e realizem um trabalho maior sobre a saúde mental da população: “As informações que temos agora sobre o impacto da Covid-19 na saúde mental do mundo são apenas a ponta do iceberg”.

8. O trabalho nunca mais será o mesmo depois da pandemia

A forma de trabalho mudou e com isso o que muda também são os tipos de trabalhadores necessários e antigas definições de trabalho passaram a ser questionadas.

Empregados e empregadores estão passando a enxergar o trabalho de uma nova maneira, o que está resultando em novos efeitos. O home office, como já citado, se torna um assunto de reflexão e algumas empresas e proprietários de imóveis já estão redefinindo o papel de um escritório e visando bem mais o atendimento ao cliente de forma online.

9. Discussão sobre economia ou saúde na pandemia

A economia deve estar de acordo e alinhada com as medidas do sistema de saúde pública. Durante o início da pandemia, em 2020, houveram muitas discussões entre dar preferência à saúde ou economia dos países, na época muitos governantes optaram a dar prioridade para a economia, o que comprovadamente foi um equívoco ser necessário uma troca entre os dois fatores.

Nenhum país manteve sua economia funcionando bem sem controlar também a propagação do vírus. Enquanto que, em países que deram prioridade para a saúde tiveram piores resultados econômicos. O que se faz necessário é a atenção aos dois problemas da crise.

10. Comportamentos da sociedade em uma situação de crise

Se futuros problemas forem próximos ao que o mundo passou nesses dois últimos anos, haverá um custo que dependerá de instituições e investimentos atuais.

A pandemia de Covid-19 custou para a economia global cerca de U$ 16 trilhões, além das vidas perdidas das vítimas pelo vírus.

A comunidade global, como o G7 e o G20, já descrevem a arquitetura e estruturas de possíveis situações de emergência similares à esta pandemia que afetou o sistema de saúde, e, consequentemente a economia, o trabalho e o comportamento das pessoas.

É mais do que claro que o mundo está melhor preparado para enfrentar uma próxima pandemia e prevenir uma nova crise.

*Por Giovanni Witzler


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