Na última semana, as poderosas Apple e Facebook protagonizaram mais um round da guerra fria – ou nem tanto assim – sobre o tema da privacidade de dados nos EUA. No último dia 28, Tim Cook, CEO da empresa da Maçã, afirmou que a companhia irá proibir os aplicativos na Apple Store de compartilharem o comportamento do usuário do iPhone com terceiros – exceto se o usuário consentir explicitamente.
A afirmação durante uma conferência do Dia Internacional da Privacidade de Dados. Cook não citou o Facebook, mas, sinceramente, nem precisava. “O fato é que um ecossistema interconectado de empresas e corretores de dados, de fornecedores de notícias falsas e vendedores de divisão, de rastreadores e vendedores ambulantes apenas procurando ganhar dinheiro rápido, está mais presente em nossas vidas do que nunca. A tecnologia não precisa de uma grande quantidade de dados pessoais, agrupados em dezenas de sites e aplicativos, para ter sucesso”, afirmou.
Disputa começou em 2018
Nos últimos anos, as duas empresas intensificaram as diferenças de opiniões sobre privacidade de dados. Uma das primeiras declarações sobre o tema aconteceu em 2018. Em entrevista, Cook ironizou o modelo do Facebook quando perguntado se faria o mesmo na Apple. “Se o nosso cliente fosse nosso produto, poderíamos ganhar muito dinheiro. Decidimos não fazer isso.”
Desde então, os ataques se intensificaram. Nos últimos meses, as duas empresas elevaram o tom do discurso, inclusive citando o nome da outra empresa.
Em dezembro de 2020, por exemplo, o Facebook patrocinou anúncios em jornais e sites contra uma atualização da Apple que limitava a utilização de recursos para anúncios personalizados em sua nova linha de aparelhos com a versão mais recente do sistema operacional. A peça (abaixo) foi publicada em sites como The New York Times e outros.
Na prática, a nova política permite que a Apple faça uma filtragem dos anúncios personalizados que são vinculados na rede social, limitando (e muito) as ações de outras empresas. No anúncio, o Facebook alega que a medida é prejudicial as pequenas empresas, justamente o que eles definem como o “core business” da companhia. A batalha promete.
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