Na linha de evolução do e-commerce, as grandes varejistas têm disputado na velocidade. Não à toa, empresas como as Lojas Americanas e Magazine Luiza apostaram, na pandemia, em maneiras para agilizar o processo de entregas, uma demanda que vem não apenas dos consumidores, mas do próprio mercado. Assim, as corporações gigantes também incrementaram seus recursos: o Mercado Livre anunciou entregas para o dia seguinte, ao passo que a Amazon ampliou seus postos de estoque para garantir uma entrega feita no mesmo dia, em menos de 24h.
Seguindo nessa linha, a Alibaba modificou seu sistema de entregas para competir com a Big Tech: anunciou a promessa de entregas mais rápidas saídas da China para qualquer lugar do mundo. Segundo informações do Wall Street Jornal, a ideia é que os preços sejam mais acessíveis que os da Amazon e as entregas sejam feitas em 72 horas após a confirmação de pagamento.
“É tudo sobre execução, saber quem é o mais rápido em terra, quem está mais focado em determinadas partes”, destaca Jeffrey Towson, head de pesquisa da Asian Tech Strategy, em entrevista ao The Wall Street Journal.
Uma competição nas entregas entre gigantes
A competição é válida para ambas as empresas, visto que a Alibaba tem acesso a produtos com preços mais baratos, uma vez os inclui diretamente das fábricas e comerciantes chineses. Com valores mais acessíveis, a dificuldade vem para a logística: a varejista chinesa depende de parceiros de transporte para que seus produtos cheguem ao destino.
A Amazon, por outro lado, trabalha de outra forma: seu serviço imediatista de entregas funciona em 21 países por meio de um plano anual de assinatura. A logística também está atrelada à própria empresa, o que facilita o processo.
Ainda assim, a gigante chinesa está em alta no mercado: presente em mais de 190 países, a Alibaba oferece os produtos com frete gratuito para algumas regiões em 72 horas. E também trabalha com assinatura, a partir do valor de U$ 3 para receber os produtos de forma mais rápida — a concorrente americana cobra valores distintos dependendo do país, tendo o valor mais econômico de U$ 13, na Índia.
Uso de robôs
O diferencial, que tem ganhado espaço principalmente nas cidades europeias, é o sistema de entregas robótico da Alibaba. São 800 robôs alocados no maior depósito, na China, destinados à logística. São eles os responsáveis por agilizar todo o processo de estoque, embalagem e preparo para o envio.
“Nós temos um total de 800 robôs para nossas operações diárias, temos uma eficiência que é o dobro da de um estoque comum”, explica Ping Tu, operador da Cainiao, casa de logística da Alibaba, ao Wall Street Journal.
A companhia tem testado usar a automação para acelerar a última etapa da jornada de entrega, assim como a Amazon. “Quanto menos os nossos profissionais andam, maior é a nossa eficiência. Como não temos que carregar todos os produtos de um ponto a outro, tudo fica mais rápido”, explica Ping Tu.
Vale destacar que ambas as empresas representam uma grande fatia do mercado global de comércio eletrônico, que está estimado em U$ 1,4 trilhão até 2025.
+ Notícias
29% dos consumidores não fariam compra online sem rastreamento
Amazon e Alibaba podem disputar Correios se privatização se confirmar