Em 2022, o Conarec completa 20 anos, e o evento, que será realizado nos dias 13 e 14 de setembro no Transamérica Expo Center, em São Paulo, terá como foco CX Made in Brazil: mais conectado, mais inteligente, mais humano. Um dos painéis da programação versa sobre acessibilidade aos públicos mais maduros, com apresentação de Bete Marin, co-fundadora da MV Marketing e Hype 50+.
A executiva detalha pontos de atenção que as empresas deveriam levar em consideração, expõe a relevância de se trabalhar pensando em diversidade etária, dá dicas de como pensar em ferramentas com usabilidade e frisa a necessidade de oferecer produtos que sejam verdadeiramente úteis e serviços acessíveis.
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A acessibilidade está em toda jornada
De acordo com Bete Marin, sua proposta, bem como das companhias das quais faz parte, é ganhar eficiência, traçando um caminho capaz de atender a um número gigante da população brasileira, que são os maduros e, como bônus, incluir alguns grupos que necessitam de atenção.
Em relação a esse mercado, a profissional conta que os 50+ são responsáveis pela metade do consumo global e formado por pessoas que se sentem excluídas das estratégias de marketing das empresas.
“É como se um novo continente estivesse emergindo no oceano e a nossa miopia simplesmente nos impedisse de ver. Devemos apresentar as oportunidades de inclusão do mercado prateado, formado por 1/4 da população brasileira. Chega a ser constrangedor considerar que as pessoas acima de 50 anos se sentem invisíveis perante as marcas, que não são bem atendidas e excluídas”, afirma.
Depois de muitos estudos, a co-fundadora da MV Marketing e Hype50+ descobriu que as barreiras para a inclusão do público maduro são a falta de conhecimento e as ideias pré-concebidas desatualizadas.
“O público maduro é digital. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), nos últimos cinco anos, a inclusão digital dobrou e 66% têm acesso a redes sociais. Além disso, os maduros não gostam de ser chamados de velhos, idosos ou de terceira idade. O público é diverso, existem diferenças de crenças, gênero, sexo e preferências, como qualquer grupo etário, e isso deve ser observado”, exemplifica.
Em sua explanação, a executiva reforça que as empresas precisam conhecer a nova cara da maturidade, que é dinâmica e se atualiza constantemente, já que, a cada ano, mais de dois milhões de maduros entram nessa conta.
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Dicas para quem realmente quer trabalhar
acessibilidade para os 50+
Prova da relevância da temática, a agência de Bete Marin criou um sistema de aprendizagem com os dados das campanhas para aperfeiçoar os serviços de consultoria e retroalimentar as ações desenvolvidas de modo mais assertivo e eficaz.
Desenvolvimento de produto, inovação e atendimento são diretamente impactados nesse cenário. Portanto, a profissional elenca elementos importantes e que devem integrar o checklist de toda e qualquer organização que deseje, realmente, inserir a acessibilidade em suas plataformas:
- Programação visual de ambientes virtuais ou analógicos devem ter letras grandes e cores contrastantes;
- Vídeos com legendas e intérprete de língua brasileira de sinais (Libras);
- Atendimento humano como complemento da tecnologia;
- Ambientes seguros;
- Linguagens acessíveis e de acordo com o pensamento linear (típico da televisão, por exemplo, em que há consumo passivo de conteúdo).
“Se relacionar com interfaces interativas pressupõe uma linha de pensamento paralelo, que é típico dos nativos digitais, usando diferentes linguagens e canais. Para os maduros se adaptarem a isso requer tempo, suporte e paciência”, alerta Bete Marin.
Por isso, a especialista salienta que na hora de criar uma plataforma digital para se relacionar e vender produtos é fundamental compreender a visão do público-alvo, o que implica em simplificar a navegabilidade, ter um suporte para auxiliar e tirar as dúvidas e, de preferência, ter alguém que compreenda a forma de raciocinar dos prateados para criar uma plataforma mais amigável e tornar prospects em clientes.
Ademais, de acordo com o estudo TrendBook Sociedade, um mapeamento que compõe o terceiro eixo do projeto FDC Longevidade – iniciativa da Fundação Dom Cabral, a longevidade chegou para ressignificar a forma como as pessoas veem a realidade e os negócios.
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Empresas devem dizer não às negligências
Produtos bons para idosos são, em geral, bons para todas as gerações. Logo, ganhar confiança, fidelidade e admiração dos maduros e seus filhos, que normalmente são pessoas entre 50 e 70 anos, ou seja, 23 milhões de pessoas no Brasil, tornou-se mais do que uma obrigação.
Sendo assim, assumir uma postura baseada em etarismo, termo que se refere à discriminação contra pessoas baseada no estereótipo de idade que, de forma geral, costuma afetar principalmente as pessoas na faixa etária acima dos 40 ou 50 anos, afeta não só esse grupo, mas as pessoas de seu círculo social.
Desse modo, de acordo com a co-fundadora da MV Marketing e Hype50+, quando há acesso e canais amigáveis para o público mais velho, é possível melhorar o atendimento e a acessibilidade para todas as faixas etárias.
Para finalizar, Bete Marin lista cinco dicas essenciais para surfar nesse mercado gigante que está à vista das organizações:
- Analisar a faixa etária dos clientes;
- Estudar o comportamento de compra, desejos e necessidades levando em consideração a diversidade;
- Sensibilizar e treinar todos os colaboradores da empresa para romper paradigmas, pois o preconceito etário está enraizado;
- Desenvolver tecnologias amigáveis: usabilidade vale ouro;
- Acompanhar a jornada de relacionamento dos prateados, aprendendo e evoluindo constantemente com os dados.
“Tenho satisfação e gratidão por fazer parte desse grupo e em promover sua inclusão, ao mesmo tempo em que auxilio os gestores a prosperarem seus negócios em termos de acessibilidade”, completa.
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