Engajados, conectados ao extremo, capacitados, pragmáticos. Estes são os membros da Geração Z, que se tornaram os grandes protagonistas desta realidade envolta sob os efeitos da pandemia de Covid-19. No World Retail Congress (WRC), Robin Sackin, líder da área de Gestão de Negócios de Moda do Fashion Institute of Technology de Nova York, comandou um saboroso debate com nove representantes da Geração Z, de nove países diferentes (Rússia, EUA, China, etc) no qual pudemos entender melhor o que mudou em suas rotinas de consumo, o uso do e-commerce, o retorno às lojas físicas, o ativismo e a ansiedade por mudanças, com questionamento do consumismo desenfreado que machuca o planeta.
A seguir, os highlights dessa conversa:
– De maneira geral, os 9 jovens que participaram do painel manifestaram o quanto sentem falta do convívio com os colegas nas lojas de rua e o quanto adotaram facilmente o consumo on-line, mas reduzindo a frequência em relação aos hábitos pré-crise;
– E o que os jovens gostam de consumir? Produtos e artigos esportivos para manter o bem-estar durante esse período de quarentena foram o destaque, juntamente com roupas básicas e confortáveis. O enfoque em “Viver Melhor” é evidente para os membros da Geração Z, que buscam assumir um estilo de vida mais despojado e sem artifícios.
– O uso do celular para comprar on-line não é tão representativo quanto se pensa. Se a compra for rápida, de um objeto simples, o celular é a opção, mas quando buscam um produto mais elaborado, de maior valor, ou que demanda mais informação, a compra on-line é realizada no notebook. Mesmo os celulares de tela grande são vistos como “desconfortáveis” para o e-commerce segundo alguns jovens afirmaram.
– Em um horizonte de 12 meses, o comportamento de consumo da Geração irá se manter de modo similar ao atual? A resposta foi unânime, ainda que se sintam mais seguros para ir às ruas, a recorrência às compras continuará bastante comedida, mas claro, combinando compras on-line e presenciais. Um aspecto interessante será a busca por “experiências relaxantes”, que tragam paz de espírito e tranquilidade nos momentos de consumo fora de casa.
– Atualmente, no momento de relaxamento de quarentena e retomada de atividades, a Geração Z vem mantendo uma regularidade de saída para compras e refeições fora de casa somente uma vez por semana. Há ainda certos receios de assumir uma vida mais parecida com aquela existente antes da chegada da pandemia. A proximidade da casa é um requisito essencial.
– Outra curiosidade é que a frequência de compra on-line se intensificou no auge da crise e agora, com o relaxamento vai se ajustando às medidas de relaxamento, que estimulam a retomada de compras em lojas físicas. Mas as pesquisas continuam sendo quase que inteiramente on-line para embasar decisões de compra.
– Motivadores de compra: qualidade em primeiro lugar, conveniência e facilidade de escolher, transacionar vêm em seguida e bons preços são os grandes motivadores. Em lojas físicas, gostam muito de ambientes que funcionam como uma experiência na totalidade e não apenas um show room de produtos. Os jovens da Geração Z também enxergam o futuro do varejo como uma busca pela evolução do serviço ao cliente, da experiência e do apoio a causas que são justas. “Se os varejistas não se educarem para apoiar causas sociais no futuro próximo, nenhum cliente irá comprar nessas lojas”, disse Samantha Bornstein, uma das participantes. Slava Tolstenko já enxerga que as lojas físicas assumirão o papel de exibirem produtos e artigos especiais, com alto nível de personalização e que as versões on-line cuidarão do sortimento geral.
+ NOTÍCIAS
Para a geração dos Zennials, depois da pandemia, nada mais será como antes
Metade dos jovens demanda atitude mais proativa das empresas
Dicas de séries para todas as gerações maratonarem na Netflix