Cada edição do NRF BIG SHOW é um caldeirão de conceitos, tendências, tecnologias e cenários que se somam e criam novas possibilidades e oportunidades de desenvolvimento de negócios. No Harvard Club, espaço em Nova York da conceituada Universidade de Harvard criado por ex-alunos como ponto de reunião e eventos e que é hoje um dos locais mais exclusivos da cidade, a delegação BTR NOVAREJO aproveitou o Harvard Day, dia dedicado ao estudo do varejo exclusivo para a delegação.
Lá, Eduardo Terra, diretor da consultoria BTR ? Bridge to Results, elencou 8 aspectos que se sobressaíram nas discussões do NRF 2015, o maior evento de varejo do mundo:
1) O aumento da globalização
O varejo é cada vez mais internacional. Isso fica muito claro na análise do ranking 250 Global Powers of Retailing, publicado anualmente na NRF pela Deloitte. Em 2013, apenas 15 das 250 maiores estavam no Brasil. Este número subiu para 29 neste ano. ?Há empresas como Kering, Inditex e LVMH que estão em mais de 75 países do mundo. São realidades nacionais muito diversas e as empresas buscam aproveitar as oportunidades adaptando-se às necessidades locais para obter uma presença mundial?, afirma Terra. ?Esse movimento tende a crescer, é inexorável?, completa.
2) O avanço da customização
No conhecimento dos consumidores está o diferencial que pode gerar novas vendas. A rede britânica de supermercados Tesco não realiza nenhuma ação promocional aleatória, sem base científica. Empresas como GPA, Netshoes, Louis Vuitton, Fanatics e MakerBot entendem que não existe futuro no modelo ?o mesmo para todos? que marcou o varejo nas últimas décadas. ?A impressão 3D, que vimos em nossa visita técnica à MakerBot, mostra que em um futuro não muito distante o consumidor poderá customizar tudo o que quiser. É uma revolução?, afirma Terra.
3) A loja está viva
A discussão estatégica sobre omnichannel evoluiu da integração dos canais (em 2013) para a fusão dos canais (em 2015). ?Para o consumidor a loja física e o e-commerce são uma coisa só. No nosso modelo mental, o e-commerce é algo acessado on-line, mas o smartphone e os tablets fazem com que estejamos sempre on-line?, analisa o consultor. ?Nessa realidade, quem conseguir oferecer uma experiência que use o on-line e o off-line de maneira unificada conquistará os clientes?, diz. As lojas físicas não podem mais ser estáticas: elas precisam ter tecnologia digital embarcada.
4) O convívio do novo e com o velho
Na opinião de Eduardo Terra, é um dos grandes paradoxos que temos hoje. ?Em muitas lojas o disco de vinil é uma das grandes coqueluches?, exemplifica. Existe uma demanda pelo vintage, pelo retro, e as empresas que conseguirem se apropriar desse paradoxo terão um caminho de diferenciação.
5) O desafio da execução
Mobile payments, sistemas eletrônicos de contagem de pessoas, store analytics, beacons… Muitos e muitos projetos pilotos marcaram a NRF 2015, nos estandes, nos pontos de venda de Nova York e nas palestras. ?Mas e o roll-out??, questiona Terra, lembrando que a maioria absoluta dos projetos está em fase piloto e pouca coisa é encontrada de forma massiva no varejo. ?Está na hora de traduzir toda essa tecnologia para casos reais de implementação, e não de piloto?, afirma.
6) Ainda mais curadoria
O consumidor está cercado por uma quantidade infinita de marcas, produtos e serviços, mas seu tempo é limitado. Espaço para marcas que o ajudem a navegar nesse universo. ?A Amazon é um exemplo disso, oferecendo como sugestão produtos alinhados às preferências dos clientes?, conta Terra. ?Mais e mais empresas estão assumindo a função de seleção, procurando dar aos clientes motivos para que eles prefiram consumir ali: conveniência, facilidade, unicidade?, afirma.
7) Novos modelos de varejo
Uber, Airbnb, Alibaba, Tmall, GU Fitting e Carrefour Drive são modelos de negócios que não existiam há cinco anos e que hoje apontam caminhos e grandes possibilidades de diferenciação, atendendo às demandas dos consumidores por conveniência. ?Existe vida inteligente no varejo fora da loja física e do site?, provoca Terra. ?Os formatos do tipo drive, em que o cliente compra on-line e retira os produtos na loja física em uma espécie de drive-thru, já representam 5% das vendas do varejo alimentar francês. Não é tendência, é realidade?, afirma. Para o consultor, mais e mais negócios terão como base modelos inusitados, fora do binômio site-loja.
8) Branding baseado em propósito
A empresa não é o que ela vende, e sim como ela se posiciona. Under Armour, Starbucks, Target, Apple, IKEA e Whole Foods são empresas que têm vocação e propósito definidos. ?A armadilha de não ter uma vocação definida é fatal. Uma empresa que diz que é uma varejista de eletroeletrônicos e então quer definir seu posicionamento já está fazendo a pergunta errada?, diz. Para Terra, as empresas devem comunicar uma missão e ao redor disso envolver os clientes, o que permitirá a expansão da marca para diversas categorias de produtos.
Confira tudo o que aconteceu nesta semana no NRF BIG SHOW 2015, em Nova York, no portal NOVAREJO e fique por dentro do maior
evento de varejo do mundo!
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