Estudo da PwC, com 2,8 mil empresas familiares em 50 países, incluindo o Brasil, mostra que, apesar do cenário conturbado no País, as empresas familiares brasileiras estão otimistas e 79% delas esperam crescer nos próximos cinco anos.
Esse otimismo vem mesmo após queda no faturamento de 44% dessas empresas no último ano. No mundo, 64% das empresas familiares cresceram e 20% tiveram queda no desempenho.
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“Os resultados mostram que as empresas familiares brasileiras, de modo geral, têm demostrado uma resiliência em lidar com o cenário econômico desfavorável”, afirmou Carlos Mendonça, sócio da PwC Brasil e especialista em empresas familiares. “Elas não adotaram uma postura passiva e, pelo contrário, agem para crescer cada vez mais”, completou.
Considerando as empresas que esperam crescer 10% ou mais nos próximos anos, 93% delas vão utilizar financiamento externo para viabilizar o crescimento e 71% devem ampliar os negócios com recursos próprios.
Quanto às estratégias para alavancar o crescimento, as companhias brasileiras consideram “crescer o negócio em mercados já existentes” (74%), “comprar outras empresas no mercado” (49%), “investir em novos setores” (42%) e “crescer internacionalmente” (30%).
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Desafios
Apesar do otimismo, as empresas familiares no Brasil têm desafios pelo caminho. E para os próximos 12 meses, eles estão ligados às condições do mercado, consideradas adversas. As regulamentações e políticas de governo também são apontadas como desafios para o próximo ano. Já nos próximos cinco anos, os principais desafios se concentram em conter custos, responder à situação econômica do mercado e inovar.
A profissionalização da gestão também é uma preocupação. “Além de se organizar enquanto empresa, a firma familiar também precisa organizar a própria família. A empresa familiar tem uma questão de orgulho, paixão, senso de dever e a persistência, ou seja, ter como missão a continuidade do legado familiar”, diz Mendonça.
Apesar dessa preocupação, apenas 19% das firmas nacionais possuem plano de sucessão estruturado, documentado e comunicado (pouco acima da média global, que é de 15%).
“Um dado que chama atenção é que, assim como na pesquisa realizada em 2014, apenas um terço das empresas familiares brasileiras planeja passar o controle total (gerência e propriedade) para a próxima geração”, diz Mendonça. Passar a propriedade, mas trazer um gestor profissional externo, é o objetivo de 42% das empresas familiares brasileiras.
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Diferenciais
O estudo também investigou a visão que as empresas familiares têm sobre suas companhias, em comparação as empresas não familiares: 85% delas citaram pontos como Cultura e Valores mais fortes (ante 74% na média global); 73% disseram Medição do sucesso de forma diferente, não se atendo ao resultado financeiro (72% na média global) e processo de decisão mais rápido, segundo 72% dos entrevistados (71% na média global).
Outro destaque das empresas brasileiras é que 93% delas afirmam ter ao menos um procedimento ou mecanismo implantado para lidar com conflitos familiares (a média global é 82%). No Brasil, o acordo de acionistas é apontado como o procedimento mais utilizado (66%). A média global é de 53%.
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