O dólar está passando dos R$ 4 fácil, fácil. Para quem compra lá fora, ou seja, importa, as coisas estão cada vez mais difíceis e custosas. Para quem vende para fora, porém, a conta bancária está sendo multiplicada por quatro. E para quem pensa que exportação é negócio de gente grande, é bom parar para pensar melhor. Evento realizado hoje (14) pelo PayPal com o Sebrae-SP mostrou que fazer comercializar com os gringos também é negócio para as Micro e Pequenas Empresas. E que negócio.
Para se ter uma ideia, os brasileiros não são os únicos a comprarem de sites de fora do País. Segundo recente pesquisa do PayPal em 29 países, os consumidores da Irlanda, Áustria e Israel são os compradores transfronteiriços mais ativos: respectivamente, 79%, 78% e 71% deles compram de sites internacionais.
Mesmo os chineses, maiores exportadores do mundo, compram de outros países: 32% dos consumidores fizeram compras online em 2015, contra 26% de 2014. Imagine aproveitar esse pontencial?
“As PMEs são as bases do País e exportação voltou a ser ainda mais interessante por conta da alta do dólar”, explica Gabriela Szprinc, responsável pela área de PMEs do PayPal. “As pessoas ficam um pouco sequestradas pela crise, mas há oportunidades agora”, completa.
Para se ter uma ideia, apenas no Estado de São Paulo, 4.508 micro empresas exportaram entre 2014 e 2015. Entre as pequenas empresas o número foi ainda maior: 5.385 companhias. “Brasileiro não tem o costume de vender produtos fora do Brasil. Mas é mais por falta de cultura de comércio exterior do que pelo processo”, afirma Thiago Brandão, consultor especialista em Comércio Exterior do Sebrae-SP.
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Quase metade das MPEs estão pessimistas
“Brasileiro paga bem. Nossas margens são altas aqui dentro quando a economia está aquecida. Mas quando se trata de exportar, há ainda um medo de se relacionar lá fora”, explica. Esse medo é ainda maior quando as empresas estão fora das capitais. Em São Paulo, por exemplo, do total das MPEs que exportam, 49% estão na capital, 39% na Região Metropolitana e apenas 12% no interior.
segundo Brandão, a pauta de exportação é variada. E quando mais trabalhados os produtos, maior é a procura. Os principais itens que saem das MPEs para outros países são os de couro e calçados; madeia e móveis; confecção; frutas; café; construção civil; e cosméticos.
O número e a diversidade de itens poderiam ser maiores, porém, não fossem alguns mitos sobre a dificuldade de se fazer negócios para além das fronteiras. Para Brandão, o que falta mesmo é informação. Por isso, ele listou 7 passos essenciais para quem quer conquistar novos mercados e aumentar as receitas no mesmo ritmo do aumento do dólar.
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1. Faça um diagnóstico da empresa
Ao analisar a sua empresa, é possível entender em qual estágio ela está em relação aos negócios internacionais. Muito complicado? O Sebrae oferece uma ferramenta, gratuita, para te ajudar nessa análise –
2. Selecione o mercado-alvo
Após a análise, faça pesquisas de países que você tenha interesse, mas sob a luz do negócio. Há mercado para o seu produto ou serviço nesses países? Existe um potencial de crescimento do seu mercado nesses países? Como seu mercado se comporta nesses países?
3. Estude
Ao entender como está o seu mercado nos países-alvo, analise as necessidades de aprendizado para entender como de fato ele funciona: como é a legislação desse país para o seu mercado? que língua precisa aprender? que canais são mais receptivos?
4. Adaptação
De acordo com a legislação local e comportamento do mercado, será preciso identificar quais são as mudanças que a empresa precisa fazer nos produtos, ou mesmo nas embalagens para conseguir fazer negócios.
5. Defina
Público-alvo dentro do país escolhido, canal de vendas que será usado e estratégia de comunicação são partes importantes desse processo e precisam estar claros.
6. Planejamento
Com todos esses elementos em mãos, faça seu planejamento: etapas, metas, orçamento e cronograma. Se organize.
7. Busque ajuda
Esta é a dica mais importante. O micro, pequeno e médio empreendedor que tem interesse em expandir os negócios para além das fronteiras não está sozinho. Entidades como o Sebrae e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) auxiliam quem quer dar este passo passo no negócio.
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