Em tempos de estagnação econômica, a divulgação de resultados e expectativas para o final de ano pode ajudar o varejista a organizar seus investimentos e programar seu caixa.
Pesquisa feita pela Hibou na última semana de novembro com paulistanos das classes B e C mostra que mais de um terço dos entrevistados declararam que não gastarão nem R$ 1 do seu 13° salário com presentes de final de ano, um valor três vezes superior ao do ano passado.
Da porcentagem de consumidores restante, 33% presentearão até cinco pessoas, 15% disseram que irão presentear até três pessoas, 19% estão bem animadas com a data e irão dar presentes para até 10 pessoas e 3% estão absolutamente embevecidos de espírito natalino e sairão presenteando até 15 pessoas.
Mesmo entre os que estão dispostos a gastar, o tíquete médio deve diminuir, já que 46% dos entrevistados disseram que querem gastar menos do que gastaram no final do ano passado. Os motivos de gastar menos são: produtos estão mais caros (resposta de 49% do total).
De acordo com o estudo da Hibou, mesmo as chamadas ?lembrancinhas? (itens com preço abaixo de R$ 30) serão praticamente esquecidas. Apenas 7% farão compras nesse valor. Um fato que chama atenção é que mais da metade (56%) dos entrevistados declararam que comprarão um presente de R$ 30 a R$ 100.
Outra dica para os varejistas é que o vale presente não funciona para a maioria dos paulistanos (35% o acham totalmente impessoal e 11% consideram a prática um tanto rude). Apenas 29% consideram esta forma de presentear prática e pretendem adotá-la.
Na hora de pagar, 60% dos paulistanos escolherão pagamento à vista em débito ou dinheiro, 9% pagarão à vista no crédito e 20% parcelarão no cartão de crédito.
Assim como na pesquisa divulgada pela Federação de Câmaras Lojistas do Estado de São Paulo, os brinquedos são um dos principais itens presenteados (40%), seguidos das roupas (39%) e DVD?s, Livros e eletrônicos, com 31%, 26% e 23%, respectivamente.
E ao contrário das estimativas para o e-commerce nacional, os paulistanos usarão menos a compra via Internet neste Natal. Neste ano, apenas 13% pretendem comprar ao menos um presente pela internet (queda de 20% sobre 2013). Já 52% garantem que não comprarão nenhum via web e 34% ainda estão indecisos se vão ou não arriscar a compra pela internet.
Segundo a coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou, Lígia Mello, os motivos são: o poder de negociação reduzido no comércio eletrônico e o medo do produto não chegar a tempo. Finalmente, as promoções de Natal também apresentaram queda em sua eficácia na região metropolitana da maior capital do Brasil.
Do total de entrevistados, 58% não acreditam que há de fato uma redução dos preços no Natal, índice 11 pontos percentuais superior a 2013. Já 24% não prestam atenção nas porcentagens, mas acreditam que pode ter algum desconto sim.
Outra observação extraída da pesquisa é que apenas 26% dos clientes se mobilizam motivados por um brinde. ?Mesmo assim, se a dúvida for entre um sorteio de viagem/carro ou um brinde, mais de 60% das pessoas preferem a primeira opção. Isso mostra que cada vez mais eles preferem a certeza real do benefício adquirido?, conclui Lígia, da Hibou.
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