O Conselho de Comércio Eletrônico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que cerca de 50 mil varejistas formais do e-commerce estão sendo impactados diretamente pela greve dos caminhoneiros, além de mais de 50 milhões de consumidores.
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Além das questões relacionadas à paralisação da categoria, a suspensão do envio de Sedex e do E-Sedex, anunciada pelos Correios, também tem impactado o comércio virtual, já que os serviço responde por cerca de 50% das entregas das compras on-line. A FecomercioSP enumerou soluções para tentar contornar a crise. Confira:
1) Isenção de rodízio
A entidade patronal pede que o poder governamental isente do rodízio os transportes de cargas e entregas expressas, bem como libere os veículos para que circule nas marginais até a normalização dos sistemas logísticos.
2) Auxílio na segurança
A FecomercioSP pede também que o poder público para liberação de volumes represados e garantia de segurança de motoristas e cargas, bem como o reforço no processo de auditoria e agilidade na liberação de carga nos postos fiscais estaduais.
Outro compromisso é a contratação extra de escoltas ostensivas e solicitar reforço na segurança pela PRF em virtude dos valores embarcados, pois toda a frota nacional, por estar sem ociosidade, circulará com valores de carga acima do normal – pode haver ações coordenadas de quadrilhas especializadas em roubo de carga.
3) Frotas adicionais de abastecimento
O Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP as transportadoras de e-commerce também se comprometem a contratar, se possível, uma frota adicional terceira para suprir o desbalanceamento da malha de distribuição, como coleta, transferência e viagens de retorno. Além disso, operar de forma contínua para aumentar a capacidade de entrega e minimizar os impactos da greve, trabalhando 24 horas durante o feriado desta semana, sábados e domingos.
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Prejuízo
Segundo o presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e diretor de relações institucionais da Ebit, Pedro Guasti, a dificuldade atinge o comércio eletrônico em um momento muito positivo para o setor, após vendas expressivas de Dia das Mães e também pelo aumento na aquisição de televisores para a Copa do Mundo.
“O atraso das entregas e eventual acréscimos de prazos para entregar os novos pedidos podem gerar um desestímulo nas vendas, afetando diretamente o faturamento de todo o e-commerce e, por consequência, agravando ainda mais o quadro de desemprego no Brasil”, afirma.
Segundo dados da Ebit, as vendas diárias do comércio eletrônico no País foram, em média, 20% menor do que o esperado. Diante desse cenário, a Ebit reduziu em 7,4 pontos porcentuais – de 20,7% para 13,3% – a expectativa de crescimento para o setor em maio de 2018, em relação ao mesmo mês do ano passado. Ou seja, o setor deverá apresentar perdas acima de R$ 300 milhões em vendas em maio, em razão da greve dos caminhoneiros. A estimativa era que as vendas online atingissem R$ 4,57 bilhões.
“Cada dia de greve exigirá, por partes das operações logísticas, um esforço ainda maior de recursos humanos, materiais, econômicos e, sobretudo, da compreensão de toda a cadeia de valor do varejo brasileiro até voltar à sua normalidade. Não é possível, no momento atual, estimar um prazo. Ainda mais quando há outras categorias anunciando paralisação”, enfatiza Pedro Guasti.
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