Os problemas derivados do consumo de drogas e álcool não são novidades. Especialmente a bebida, que é socialmente aceita, pode causar danos graves ? não só à sociedade, mas à saúde dos usuários. O consumo de álcool está diretamente associado a diversas doenças graves como infarto, hepatite e cirrose.
O álcool tem ainda a capacidade de alterar o sistema nervoso central, podendo modificar o comportamento de quem faz o uso da bebida. Por ter um efeito prazeroso, induz à repetição, podendo levar a dependência.
E não para por aí: pesquisas revelam que a ingestão de bebidas alcoólicas pode causar problemas de fertilidade, tanto em homens quanto em mulheres. E para quem costuma se gabar de beber apenas socialmente, os danos podem ocorrer mesmo em um consumo moderado.
Segundo o ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis, Renato de Oliveira, nos homens, o consumo recente de álcool reduz os níveis da globulina transportadora de esteróides sexuais e aumento os níveis de testosterona.
?Porém, a ação sobre a formação dos espermatozóides (espermatogênese) poderia ser resultado da ação direta do álcool ou relacionar-se com o estilo de vida e comportamento em relação à saúde de pessoas que estão acostumadas ao alcoolismo. Além disso, o álcool também pode afetar o desejo sexual e alterar a qualidade da relação?, explica.
Já nas mulheres, o especialista ressalta que o álcool pode afetar a produção hormonal feminina, as características sexuais, suspender a ovulação ou a qualidade dos oócitos (gametas femininos). ?Além disso, é importante citar que as taxas de fertilidade das mulheres que abusam do álcool também ficam comprometidas. Mulheres jovens alcoólatras podem ter chances de gravidez equiparadas às chances de uma mulher com mais idade e, no caso de gravidez, há riscos para o filho como a síndrome do alcoolismo fetal?, explica o especialista.
Estudo publicado na revista British Medical Journal revelou que o consumo de álcool, mesmo se ingerido com moderação, reduz a taxa de fertilidade*. Durante seis meses, pesquisadores avaliaram 430 casais dinamarqueses com idade entre 20 e 35 anos que desejavam engravidar pela primeira vez. Após o ajuste matemático para outras variáveis (cigarro, peso, concentração de esperma no parceiro, doenças nos órgãos reprodutores femininos), verificou-se que mulheres com ingestão semanal de 1 a 5 drinques tiveram uma chance de engravidar 39% menor e mulheres com ingestões acima de 10 drinques por semana tiveram uma chance de engravidar 66% menor.
Outro estudo dinamarquês, elaborado pela University Southern Denmark*, mostrou que o álcool também influencia na qualidade e quantidade do sêmen. A pesquisa analisou amostras de mais de 1.200 homens entre 18 e 28 anos. Os que consumiram 40 latas de cerveja durante a semana que antecedeu os testes ? em comparação aos que beberam entre uma e cinco latas ? tiveram a contagem de esperma reduzida em 33% e uma queda de 51% na qualidade do material.
(informações da Criogênesis*, clínica referência em serviços de coleta e criopreservação de células-tronco, medicina reprodutiva, gel de plaquetas e aférese, incluindo a diferenciada técnica de fotoférese extracorpórea).
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