Uma coisa é fato: os setores de itens para casa, imobiliário e construção civil ficaram aquecidos com a chegada da pandemia. Sejam pequenas mudanças de uma cidade para a outra ou a busca por imóveis maiores ou menores, as pessoas investiram mais do que o usual no lar. E por ficarem mais restritas ao ambiente de casa, esse investimento ultrapassou as barreiras de pequenos gastos com itens de home-office e chegou às reformas.
Segundo levantamento da Visa Consulting & Analytics (VCA), as transações com cartões Visa para compra de materiais de construção ficaram mais frequentes no primeiro trimestre de 2021: o aumento registrado foi de 38% no volume de compras em comparação com o mesmo período em 2020.
“Esse movimento confirma o que temos visto em muitos segmentos, um passo importantíssimo para a transformação digital do mercado e uma mudança de hábito bastante significativa para os padrões das vendas relacionadas à construção”, explica Oscar Pettezzoni, diretor executivo da Visa Consulting & Analytics.
Materiais de construção: um crescimento alavancado pela pandemia
Ficar em um ambiente com pequenos problemas podia ser aceitável quando o trabalho era presencial. Com o home-office em alta para uma considerável porcentagem da população, esses mínimos detalhes foram acentuados, o que elevou a necessidade de reformas dentro do ambiente residencial.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de construção civil teve um aumento de 10,7% em 2020, justamente no período em que a maior parte dos setores sofria com o isolamento social. O número vem ao encontro do constatado no estudo da Visa, o que mostra que o interesse pelo segmento tende a crescer ainda mais este ano.
No primeiro trimestre de 2021, mostra a pesquisa, o valor das transações feitas em lojas de construção cresceu cerca de 50%, um aumento de 7% no ticket médio de gastos no segmento. A região Sudeste foi a que mais investiu (51,33%) no segmento, especialmente nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte — com seus setores imobiliários bastante aquecidos — seguida pela região Sul (15%), Nordeste (15%), Centro-Oeste (11%) e Norte (6%).
Embora boa parte do consumo nesse setor tenha sido presencial, o estudo destaca que as transações online ganharam força no último ano. No segundo trimestre de 2020, as compras e vendas online registraram aumento de 74% apenas no segmento de construção.
“Hoje, é fundamental que o comerciante se preocupe em marcar presença no virtual e ofereça opções para que o consumidor escolha como deseja comprar, seja de forma online, decidindo receber o produto em casa ou retirá-lo na loja, ou utilizando o site para buscar por produtos que ele possa vir a comprar presencialmente no estabelecimento, por exemplo. Mais do que isso, é necessário atrelar variadas formas de pagamento para que ele possa decidir como prefere pagar pela sua compra. É essa experiência simplificada, inovação, otimização de tempo e conveniências que o consumidor mais deseja”, conclui Pettezzoni.
Vale ressaltar que, ainda que o estudo da Visa revele um crescimento nas transações, alguns outros estudos sobre o andamento do setor mostram dados antagônicos. O Termômetro Anamaco, uma pesquisa da Associação Nacional de Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) destaca que as vendas caíram de 42% para 26% no período de 2020 para 2021. Já o levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Materiais de Construção (Abramat), mostra que o segmento tem uma estimativa de crescimento de 8% em 2021.
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