Você já parou para pensar na quantidade de lives a que assistiu nesta quarentena? No início do isolamento social, as transmissões ao vivo surgiram como uma alternativa aos eventos presenciais, mas focadas basicamente no entretenimento. Com o passar do tempo, no entanto, grandes marcas foram se dando conta do poder das lives para anunciar e – por que não? – vender.

Mesmo com a flexibilização da quarentena, tudo indica que o modelo de vendas por lives veio para ficar. Especialistas acreditam que a modalidade de vai ganhar ainda mais força com o Natal. A consultoria iResearch estima que o faturamento desse mercado deve triplicar em 2020, chegando a US$ 170 bilhões.

Como funcionam as lives commerces

Também conhecidas como “lives shopping” e “shopstreaming”, as lives commerces dão ao consumidor a possibilidade de tirar suas dúvidas, ver os produtos e adquiri-los no mesmo momento, sem precisar abandonar a tela. Empresas de grande porte já adotaram esse modelo em parceria com outras marcas. É o caso da Rappi, que recentemente lançou uma opção de live shopping dentro do seu aplicativo.

Jana Moraes, que é apresentadora de lives das Lojas Leader e especialista em vendas, acredita que esse é o momento ideal para que os varejistas apostem nas vendas por lives. “As lives trouxeram comodidade e conforto para as pessoas que não podem sair de casa, mas precisam comprar produtos ou serviços. Já para as empresas, vieram para fortalecer as vendas pela internet, pois além de gerarem conteúdo sobre os produtos, são uma forma de entretenimento para o público”, diz.

O Grupo Soma, que controla diversas marcas de moda, e a Nespresso são exemplos de outras grandes empresas que lançaram mão das vendas por lives nos últimos meses. A aposta não é infundada: uma pesquisa realizada pelo Google em junho mostrou que os brasileiros estão abertos a formas mais interativas de consumo online. 20% dos entrevistados disseram já ter usado alguma ferramenta de venda online com interação, e 27% revelaram que, apesar de ainda não conhecerem o modelo de live commerce, tinham interesse em experimentar.

Leia também: Consumo e varejo: estratégias para o sucesso na nova realidade 

A Nespresso lançou um modelo chamado “Boutique em Casa”, em que especialistas em café da marca realizam uma consultoria com os consumidores, apresentam receitas e sugerem harmonizações, além de anunciarem lançamentos e ofertas.

Jana explica que, para fazer com que as lives tenham uma boa repercussão, é necessário contar com um bom profissional, preferencialmente especialista em vendas, que utilize boas estratégias e saiba conquistar os clientes durante a live. “Assim como qualquer outra carreira, é necessário estudar e se preparar. Conhecer bem os detalhes dos produtos, criar um bom roteiro e interagir constantemente com o público.” Para os varejistas que desejam promover lives para vender seus produtos ou serviços, ela dá três dicas:

1. Conheça o seu público e o produto

Saber quem são essas pessoas, o que elas querem, o que gostam e qual é a melhor forma de se comunicar com elas são detalhes importantíssimos. Além disso, nunca devemos vender algo sem conhecer bem o que estamos vendendo. Pesquisar detalhes, curiosidades, diferenciais e até mesmo experimentar o produto antes de oferecê-lo é essencial para falar com propriedade de cada detalhe.

2. Se aproxime do cliente e interaja

Olhe para a câmera como se fosse os olhos do seu cliente. As pessoas precisam sentir que você está próximo delas, disposto a tirar todas as dúvidas e entender suas necessidades. Dê voz a elas e aproveite para conhecê-las melhor, entender do que elas gostam.

3. Seja você, se desafie e não tenha medo

Não se preocupe com o fato de ter uma câmera e estar sendo gravado, mas sim em mostrar os produtos e ser os “olhos” do cliente. Estude técnicas de vendas e implemente-as no digital. Por fim, não tenha medo de errar, afinal, quem nunca errou? Se isso acontecer, corrija seu erro, siga adiante como se nada tivesse acontecido ou ria de si mesmo!

+ Notícias 

Havaianas inaugura espaço interativo inédito dentro de supermercado em São Paulo 

Maioria dos consumidores está satisfeita com a experiência de compra online