As vendas no varejo físico brasileiro continuam registrando queda, mas ligeiramente menores no decorrer dos meses. De acordo com SpendingPulse, indicador mensal de varejo da Mastercard, em julho as vendas caíram 4,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Ao longo dos últimos três meses, no entanto, a queda registrada foi de 4,2%, em relação ao mesmo período de 2015, um pouco menor que o recuo de 4,5% do segundo trimestre. O resultado demonstra que as quedas têm sido cada vez menos acentuada desde janeiro deste ano.
Os resultados mostram alguns pontos positivos para o varejo físico, como o desempenho do setor de materiais de construção, que embora modesto, superou as vendas totais. Bem como os produtos farmacêuticos. Mas, estes últimos, tiveram um encolhimento em julho, comparado ao mesmo período de 2015.
Além disso, outro ponto positivo foi o fôlego que o e-commerce ganhou em julho, com crescimento de 2,2%, em relação ao mesmo mês do ano passado. O que representou uma considerável melhora em relação à queda de 0,1% no segundo trimestre. Os destaques de vendas nas lojas online foram os produtos eletrônicos, móveis e vestuário, embora produtos farmacêuticos e hobbies e livraria tenham ficado abaixo do desempenho geral do período.
No recorte por regiões, todas apresentaram quedas, com Sudeste e Centro-Oeste apresentando desempenho negativo acima da média, com quedas de 3,3% e 2,5%, respectivamente. Enquanto o Norte, Nordeste e Sul ficaram abaixo do registrado pelo varejo: -6,6%, -5,6% e -6,7%.
O levantamento mostrou também que houve um crescimento na confiança dos consumidores em julho, o que reflete uma melhora gradual da percepção do ambiente econômico. Entretanto, o índice de desemprego continua elevado e a inflação ainda gera impactos sobre o salário do brasileiro.
“Embora o varejo continue realizando esforços, há sinais de que a situação possa ter atingido um nível crítico”, afirmou Kamalesh Rao, Diretor de Pesquisa Econômica da Mastercard Advisors. “O ambiente macroeconômico continua enfrentando diversos desafios, o que torna fraca a perspectiva no curto prazo”, acrescenta Rao.