As vendas do comércio na cidade de São Paulo apresentaram queda de 9,7% em julho, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados hoje (02) pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
“Apesar de as retrações ainda serem profundas, a situação do varejo parou de piorar. Mesmo assim, não há uma tendência firme de redução das quedas e de recuperação”, disse, em nota, Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). No acumulado do ano, o setor apresentou queda média de 10,9%.
Segundo a Associação, o resultado foi influenciado pelas altas temperaturas fora de época. Nesse sentido, as vendas de produtos como roupas, calçados e cobertores foram fortemente impactadas. Houve também influência do dia útil a menos em relação a julho de 2015.
Ainda assim, apesar das quedas, Burti acredita em melhora nos próximos meses. Primeiro porque a base de comparação será mais fraca, uma vez que no segundo semestre de 2015 as retrações começaram a se aprofundar.
Segundo porque os indicadores de confiança começam a melhorar. “O humor dos consumidores e empresários está no campo da expectativa por aumento da confiança, no próximo semestre. A confiança parece estar voltando em câmera lenta”, disse Burti. “A recuperação será gradual e não linear”.
Considerando as vendas a prazo, elas caíram 5,4% e as comercializações à vista recuaram 14%, em relação ao mesmo mês de 2015.
Segundo a Associação, a queda menor das transações a crédito pode ser reflexo da volta dos crediários nas lojas. “Com bancos mais seletivos na concessão de crédito e com a queda dos salários, os crediários se mostram como uma saída tanto para consumidores quanto para lojistas – que, em muitos casos, oferecem parcelamento em até 18 vezes sem entrada”, afirmou a Associação.
Já as vendas à vista recuaram mais, impactadas pela ausência de frio em julho: o consumidor que comprou em junho, não comprará de novo. “Além disso, ele não tem renda para comprar à vista, já que os salários em queda e a inflação de alimentos drenam dinheiro – ele só tem recursos para o básico”.