Em agosto, as vendas do varejo brasileiro conseguiram frear as quedas contínuas, embora ainda permaneçam no vermelho. Segundo levantamento da Mastercard, as vendas totais caíram 3,2% em relação ao mesmo mês de 2015. Resultado melhor do que a queda de 4,3% registrada em julho. Considerando os últimos três meses, os resultados foram semelhantes, houve recuo de 3,9%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Este resultado é um pouco melhor do que a queda de 4,5%, do segundo trimestre.
De acordo com o estudo, o ponto de destaque é o e-commerce, que registrou aumento de 11% nas vendas em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2015. Esse foi o melhor desempenho do setor desde setembro do ano passado. Nos meses anteriores, os gastos no comércio eletrônico em 2016 apresentavam uma taxa média de crescimento de 1,1%.
Quatro dos setores analisados superaram as vendas totais. São eles: supermercados, materiais de construção, artigos pessoais e de uso doméstico e produtos farmacêuticos. Por outro lado, os setores de vestuário, combustíveis e móveis e eletrônicos ficaram atrás do desempenho das vendas totais.
Considerando somente o e-commerce, os setores de móveis e vestuário tiveram um resultado particularmente positivo, enquanto produtos farmacêuticos, eletrônicos e hobbies & livrarias entregaram um desempenho abaixo do canal.
Para Kamalesh Rao, diretor de Pesquisa Econômica da Mastercard Advisors, a inflação continua a apresentar um quadro preocupante, mas deve diminuir até o final do ano. “Ainda assim, os ventos contrários direcionados aos gastos do consumidor brasileiro são muitos. Desse modo, o panorama continua pouco otimista no curto prazo”, afirma Rao.
Comemorado em agosto, o Dia dos Pais não conseguiu impulsionar as vendas totais no mês, registrando queda de 3,7% em relação ao ano passado. No entanto, a confiança do consumidor, segundo o levantamento, aumentou em agosto pelo quarto mês consecutivo, refletindo uma melhora gradual na percepção do ambiente econômico. Enquanto isso, a taxa de desemprego continua alta, bem como a inflação, e isso influencia de forma negativa a massa salarial.
No recorte por regiões brasileiras, no comparativo anual, os resultados foram: o Sudeste (1,4%) e Centro-Oeste (3,3%) superaram o resto do País, enquanto o Norte (-1,0%), Nordeste (-0,3%) e Sul (-0,7%) ficaram atrás da média nacional.