As vendas do Estado de São Paulo apresentaram recuo de 7,6% entre janeiro e abril deste ano, segundo dados da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), divulgados hoje (11).
A pesquisa tem como base as informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, por isso os dados ainda são de abril.
Dentre os nove setores analisados, apenas um conseguiu registrar resultados positivos nessa base de comparação, o segmento de farmácias e perfumarias, cujas vendas cresceram 0,8% no período, na comparação com o mesmo período de 2015.
“Há uma hierarquia no consumo das pessoas: elas priorizam remédios e alimentos e os outros produtos vêm depois. Bens de alto valor, que dependem principalmente do crédito e da confiança, são postergados pelo consumidor em épocas de crise”, explicou, em nota, Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
“Já as perfumarias conseguem resistir mais porque as mulheres substituem um produto de primeira linha por um de segunda, encontrando, assim, uma forma para continuar comprando produtos de beleza”, complementa Burti.
Durante o mesmo período, o faturamento das farmácias e perfumarias cresceu 10,1%. Segundo a Associação, essa elevação é explicada pelo reajuste de 12,5% nos preços dos remédios em abril.
Entre todos os setores analisados pela Associação, as Concessionárias de veículos apresentaram os piores resultados, com queda de 18,8% nas vendas. As Lojas de departamentos, eletrodomésticos e eletrônicos vêm em seguida, com recuo de 17,6% nas vendas.
As Lojas de vestuários, tecidos e calçados registraram recuo de 16,1%, seguidas pelas Lojas de móveis e decorações, com queda de 15%; Lojas de material de construção, com recuo de 13,4%; e varejo de Autopeças e acessórios, que registrou queda de 5,2%. Supermercados, por sua vez, apresentaram queda de 1,1%.
Apesar da queda generalizada, o varejo pode ter algum respiro daqui para frente. “Os resultados ainda são negativos, mas há perspectivas de atenuação nas quedas até o final do ano, em função principalmente da retomada gradual da confiança do consumidor, conforme têm indicado os indicadores mais recentes”, disse Burti.