As vendas do varejo caíram 5,9% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a agosto, o volume de vendas foi 1% menor. Com esses números, o setor acumula um recuo de 6,5% no volume de vendas do varejo restrito.
Já o varejo ampliado – aquele que considera materiais de construção e veículos – apresentou queda de 8,6% na comparação anual e registrou estabilidade frente a agosto. No acumulado do ano, porém, o setor apresenta recuo de 9,2%.
A receita nominal, porém, foi 5,7% maior em setembro no varejo restrito, em relação ao mesmo mês de 2015, e apresentou estabilidade no varejo ampliado, na comparação com agosto.
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Na comparação com setembro de 2015, em termos de volume de vendas, todas as oito atividades do varejo registraram variações negativas, com destaque para Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que registrou 2,6% a menos em vendas e é o segmento que mais pesa nos resultados do varejo.
Considerando ainda a contribuição dos segmentos para o resultado global do varejo, Móveis e eletrodomésticos (-13,4%), seguidos por Combustíveis e lubrificantes e outros artigos de uso pessoal e doméstico, ambos com recuo de 9%, pesaram para o resultado anual negativo.
Em seguida, aparecem os segmentos Tecidos, vestuário e calçados (-10,3%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-3,7%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-11,9%); e, por fim, Livros, jornais, revistas e papelaria (-18%).
Projeções
Apesar dos recuos, o SPC Brasil projeta recuperação nas vendas. É que os dados do IBGE revelam que os recuos mensais têm sido cada vez menos intensos. Dessa forma, a entidade avalia que o ritmo de queda nas vendas deve continuar se reduzindo de forma que possa ocorrer um início de recuperação no final do primeiro semestre do ano que vem.
“As vendas seguem retraindo em virtude da recessão, mas já se observa uma tendência de quedas cada vez menores na comparação entre os trimestres, o que deve ser visto também ao longo dos próximos meses. No entanto, a recuperação de fato ainda deve levar algum tempo para se concretizar, já que a retomada da confiança, que vem se dando de forma gradual, demora para se refletir na economia na forma de novas contratações e incremento das vendas. O resultado das eleições americanas adiciona ainda alguma incerteza ao cenário, devido ao risco de pressão sobre o câmbio brasileiro e, consequentemente, sobre a inflação”, analisou Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.
Diante desse cenário, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) projeta um recuo de 6% do setor em 2016. Caso o número se confirme, ele será o pior resultado da história do setor.
“A manutenção do cenário desfavorável para o mercado de trabalho, com aumento do desemprego e queda da renda, além da manutenção de um nível mais elevado do custo do crédito, proveniente da elevação da taxa real de juros, ainda vem impactando negativamente o volume de vendas do varejo”, afirmou o economista da CNC Bruno Fernandes.
Para o varejo ampliado, a previsão para 2016 é de queda de 9% no faturamento.