Neste início de ano o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revelou uma queda média de 18,4% no movimento de vendas na capital paulista em relação a janeiro de 2015.
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Isoladamente, houve recuos de 17,7% nas transações a prazo e de 19,1% nas vendas à vista. Segundo o presidente da ACSP, Alencar Burti, esses números representam um aprofundamento da crise que afeta o setor.
?São vários os fatores que têm prejudicado o varejo, mas é importante destacar a crise política e institucional, que magnifica os efeitos da economia e derruba, cada vez mais, a confiança do consumidor e do empresário?, analisou em nota Burti, que também preside a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
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De acordo com Burti, o desempenho das vendas a prazo foi influenciado pelo aumento dos juros, pela restrição ao crédito e pela queda da confiança, além da alta do dólar, impactando os produtos importados – ou confeccionados a partir de componentes importados. Outro fator foi o fim dos estímulos fiscais ao setor de informática.
Vale destacar ainda que janeiro de 2016 teve um dia útil a menos em relação a janeiro de 2015 e a dezembro de 2015, o que também contribuiu para quedas acentuadas das vendas.
As vendas à vista foram prejudicadas pela queda da massa salarial, que limitou o consumo das famílias, e pelo câmbio, já que muitos itens de menor valor e comprados à vista – como os de vestuário ? são importados.
?Janeiro e, sobretudo, fevereiro, são tipicamente meses de baixa para o varejo da cidade, que sofre com o êxodo dos paulistanos por conta de férias e Carnaval. Por isso, o empresário precisa planejar suas vendas com cuidado e evitar estoques?, sugeriu Burti.
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