Certa vez, a atriz americana Mary Lou Cook, amante da arte e ativista da paz, disse: “criatividade é inventar, experimentar, crescer, correr riscos, quebrar regras, cometer erros, e se divertir”. Especialmente em relação a quebrar regras, ela acreditava que muitas normas são simplesmente velhos hábitos e que, mesmo que as pessoas se mantenham em uma zona de conforto desconfortável, têm inseguranças, medos ou receios de mudar. Analogamente, o problema é que quando uma pessoa, física ou jurídica, se adapta a essas “velhas regras”, é bem mais difícil que ela progrida ou faça algo que provoque impacto para si ou para o meio em que vive.
Sabendo disso, Reed Hastings, cofundador e CEO da Netflix, escreveu seu primeiro livro. A obra, intitulada “A Regra é Não Ter Regras: A Netflix e a Cultura da Reinvenção” foi lançada em 2020 e tem 352 páginas. Nela, o leitor se surpreende com os bastidores da cultura da Netflix e, de quebra, algumas dicas de liderança, fundamental para o desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo. E que fizeram da Netflix um exemplo de inovação e, por consequência, sucesso global.
A regra é abraçar a criatividade
Isso porque liderança é uma habilidade essencial em diversas áreas da vida. E, em síntese, quem está aberto a aprender e aprimorar essa capacidade tem mais chance de fazer a diferença em sua carreira e nas relações interpessoais. Por analogia, é importante estar disposto a ouvir e absorver conhecimento de líderes mais experientes, buscando sempre se aprimorar e se tornar um líder cada vez melhor.
Nesse ínterim, é importante destacar que em 2019, 17 anos após a Netflix abrir seu capital na Bolsa de Valores da Nasdaq, o preço de suas ações subiu de 1 para 350 dólares.
Determinado trecho do livro explica que não é apenas o mercado de ações que adora a Netflix. Similarmente, consumidores e críticos também admiram a companhia. Os programas originais da Netflix, como Orange Is The New Black e The Crown, se tornaram alguns dos mais amados da década. “Programas como Elite na Espanha, Dark, na Alemanha, The Protector, na Turquia, e Sacred Games, na Índia, elevaram o nível da narrativa ficcional em seus países de origem e produziram uma nova geração de estrelas globais”.
Nos Estados Unidos, nos últimos anos, a Netflix recebeu mais de trezentas indicações ao Emmy. Por conseguinte, arrebatou vários prêmios da Academia. Além disso, a Netflix foi indicada a 17 categorias do Globo de Ouro, mais do que qualquer outra rede ou serviço de streaming. E, em 2019, conquistou o primeiro lugar entre as empresas mais conceituadas nos Estados Unidos no ranking anual do Reputation Institute.
Sem medo do desconhecido
A obra “A Regra é Não Ter Regras” é dividida em quatro partes. Todas contam com mais de 100 entrevistas de colaboradores e parceiros da Netflix nunca compartilhados.
Em suma, o autor explica como seus direcionamentos fizeram do serviço de streaming presente em mais de 190 países, sendo um exemplo de sucesso, desde o seu lançamento, em 2010. Sobre as partes do livro, em primeiro lugar, Reed Hastings trata do desenvolvimento da densidade de talento. Em segundo lugar, nos “próximos passos para uma cultura de liberdade com responsabilidade”, ele estimula a sinceridade. Ademais, outra força, segundo ele, é a “densidade do talento”.
Em terceiro lugar, ele trata a transparência e remoção dos controles em um verdadeiro passo a passo para estruturar a cultura de liberdade, sem deixar de lado a responsabilidade. E, na parte quatro, portanto, a última, o autor explora a expansão global de levar todos os ensinamentos para o mundo.
A equipe Netflix
Em resumo, as principais dicas de “A Regra e Não Ter Regras” são voltadas para que os líderes estejam precavidos dos profissionais “medianos”. Isso porque essas pessoas podem contaminar o ambiente e diminuir a produtividade. “Um ou dois indivíduos com desempenho meramente razoável reduzem o desempenho de todos na equipe. Se você tem uma equipe com cinco funcionários incríveis e dois razoáveis, os razoáveis vão minar a energia dos gestores. Eles também vão reduzir a qualidade das discussões em grupo e forçar outras pessoas a fazer parte do seu trabalho, reduzindo a eficiência”.
Outra lição que Hastings traz é sobre o feedback, o retorno da informação ou do processo. No parecer do autor, uma comunicação, para ser assertiva, necessita ser empática, clara e certeira. “Com o tempo, perceberam que expressar opiniões abertamente em vez de fazer fofoca reduzia as traições e a ‘politicagem’. Além, é claro, de aumentar a velocidade da equipe. Quanto mais as pessoas ouviam no que podiam melhorar, melhor trabalhavam. E isso aumentava a atuação da empresa”, diz outro trecho do livro.
E não são só os espectadores que adoram a Netflix. Os funcionários a amam. Prova disso está em uma pesquisa da Hired, plataforma global para talentos em tecnologia. O levantamento aponta que, entre os profissionais da área, a Netflix é a primeira quando o assunto é “desejo de trabalhar”. A empresa supera até mesmo as gigantes Google, Tesla e Apple.
Os autores
Reed Hastings é empresário e filantropo. Formado pelas universidades de Bowdoin e Stanford, foi professor voluntário do Corpo da Paz no sul da África.
Hastings também presidiu o Conselho de Educação do Estado da Califórnia. Ademais, integrou o comitê administrativo de diversas organizações educacionais, como Dreambox Learning, KIPP e Pahara.
Em 1997, fundou a Netflix, empresa que revolucionaria a indústria do entretenimento e na qual é até hoje CEO e presidente.
Já Erin Meyer é autora do livro “The Culture Map” e professora da INSEAD, uma das mais conceituadas instituições de ensino de negócios do mundo. Seu trabalho já foi publicado em veículos como Harvard Business Review, The New York Times e Forbes. Entre 1994 e 1995, também atuou como professora voluntária do Corpo da Paz no sul da África. Em 2019, foi indicada pela lista Thinkers 50 como uma das principais pensadoras do mundo dos negócios.