As vendas do Dia dos Namorados apresentaram queda de 9,5% neste ano, segundo indicador da Serasa Experian divulgado hoje (13). Com isso, as comercializações para a data atingiram o pior nível desde 2006, quando a Serasa começou a mensurar as vendas para a data.
O recuo foi verificado entre os dias 5 e 7 de junho. Desde 2006, as vendas para a data apresentaram recuo apenas em 2009, quando, em meio à crise econômica internacional, o varejo brasileiro verificou uma queda de 1,7% nas vendas.
Considerando o final de semana da data (10 a 12 de junho), houve queda de 10,7% em todo o País, na comparação com o final de semana equivalente ao do ano anterior.
Na cidade de São Paulo, as vendas realizadas na semana do Dia dos Namorados caíram 8,9%. No final de semana da data, o recuo foi de 8,6%, em relação ao período equivalente ao ano anterior.
Segundo os economistas da Serasa Experian, “o crédito mais escasso e mais caro, a queda do poder de compra dos brasileiros, tendo em vista a escalada do desemprego, e a inflação ainda em patamar elevado, afetaram negativamente o movimento varejista no Dia dos Namorados deste ano”.
Vendas a prazo têm maior queda em sete anos
O recuo nas vendas foi verificado em todas as formas de pagamento. Segundo balanço do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as vendas a prazo caíram 15,23%, entre os dias 5 e 11 de junho – este é o pior resultado em sete anos para a data.
Segundo as instituições, desde 2011 o comércio vem desacelerando o seu ritmo de crescimento para a data, sendo que nos últimos dois anos as vendas haviam registrado resultado negativo: as variações foram de -7,82% (2015), -8,63% (2014), +7,72% (2013), +9,08% (2012), +10,8% (2011) e 7% (2010).
“Considerando o fraco desempenho das outras datas comemorativas ao longo de 2015 e no início de 2016, a expectativa dos lojistas já era baixa. A piora das condições econômicas, como o aumento do desemprego, da inadimplência e o crédito mais restrito, vem exercendo forte impacto sobre o consumidor, que acaba sendo obrigado a limitar e rever seus gastos para salvar as finanças”, explicou em nota, o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
“Quando o brasileiro precisa pagar contas atrasadas ou fazer ginástica para conseguir honrar seus compromissos financeiros, uma medida de contenção é evitar novos gastos e, nesses casos, presentear outras pessoas muitas vezes deixa de ser prioridade”, avaliou.