Entre janeiro e setembro deste ano as vendas de produtos de higiene e beleza apresentaram queda real de 6,7%, segundo Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Segundo a associação, esta é a primeira queda do setor em 23 anos. O motivo, explica, é a a instabilidade política e econômica do País. Segmento que sempre ficou a margem de crises, o setor de higiene e beleza não tem conseguido sustentar crescimento.
A Natura, por exemplo, viu o lucro cair 38,6% no terceiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado. A Avon está em pior situação, com prejuízo de US$ 697 bilhões.
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Embora encarados como itens de indulgência, pelo ticket médio não tão elevado, os produtos do setor têm sido cortados pelos consumidores, que agora estão com bolso mais apertado por conta da inflação e, com isso, priorizam itens básicos e de primeira necessidade.
Outro motivo para a queda é a decisão do Governo, tomada no início deste ano, de passar a cobrar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também das distribuidoras de cosméticos.
Em relação a empregos, o setor manteve estabilidade nos primeiros cinco meses do ano. Porém, com a queda no faturamento motivada por aumento de carga tributária no IPI e os aumentos previstos para 2016 no ICMS, houve uma queda no emprego direto a partir de junho, chegando a 4,1% em setembro.
Entre 2011 e 2014, o setor só apresentou crescimento na geração de empregos, chegando a um aumento de 8,3% em 2011 e de 2,2% em 2014.
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