Você está prestes a trocar de celular, faz algumas pesquisas na loja física, entra nos sites e checa alguns modelos. Somente com este movimento, a marca já é capaz de identificar o seu perfil de comportamento na web e o produto desejado. Isso mesmo, a loja sabe o que você busca. Então, com estas informações, a marca passa a mandar e-mails marketing personalizados com a oferta do aparelho celular que você tanto procura. Esse relato é verídico e exemplifica uma experiência recente.
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E aí, você compra ou não? Afinal, você precisa de um novo celular, pois o seu está com a bateria comprometida. O que precisava mesmo era de uma boa oferta, certo? E ela está nas suas mãos. É só dar um clique, colocar suas informações pessoais, os dados do cartão de crédito e pronto – compra efetuada em poucos minutos.
O fato das marcas conhecerem os seus desejos de consumo e mandarem ofertas específicas surpreende e encanta. Afinal, faz com que você se sinta único e cativado.
Os produtos nos rodeiam, ficam à vista nas redes sociais e nos sites como se fossem um alerta constante – “lembre-se de mim”. E, realmente, os consumidores querem ser lembrados. Dão valor ao atendimento exclusivo e rápido. A comodidade, o preço diferenciado e a diversidade de ofertas também são fatores decisivos para a conclusão da compra.
O PayPal publicou uma pesquisa que compara o tempo gasto pelos consumidores de 15 países nas compras online e offline, a fim de descobrir se há mais rapidez entre as duas modalidades. Na China, as pessoas gastam mais tempo nas compras virtuais que offline, 387 minutos contra 378. Já os brasileiros gastam o mesmo tempo para os dois tipos de compras, 238 minutos.
Se for analisado o potencial do consumidor, segundo a E-bit, empresa referência no fornecimento de informações sobre e-commerce nacional, o número de usuários que compraram pelo menos uma vez pela internet ultrapassa 51 milhões; em relação aos pedidos feitos no período, eles somam 106,5 milhões. O crescimento se deve à popularização do acesso à internet, proporcionado pelo crescimento das vendas de smartphones.
Para usufruir deste mercado potencial e, ainda, diminuir o tempo de compra, existem infinitas possibilidades de integração entre o meio físico e virtual. Entre elas está o omnichannel. Conceito que promove a integração de venda dos dois ambientes (on e offline), impressiona pela sua capacidade de coleta e divulgação de informações sobre o cliente, mas daqui a pouco, este será o tipo de relacionamento que o consumidor buscará com a sua marca. E para sobreviver neste novo mundo do varejo, as empresas precisam se preparar para entender e incorporar este novo comportamento do consumidor.
Algumas já têm oferecido inúmeras oportunidades de compra diferenciadas, viabilizadas por multicanais, ou seja, os meios físico e virtual são utilizados ao mesmo tempo, de acordo com as necessidades. Mas é preciso evoluir, oferecer algo realmente integrado com alternativas de cruzamento de dados que facilitem a abordagem ao cliente.
O varejo nacional
Dados do IBGE confirmam que, no ano passado, as vendas do comércio varejista do país tiveram queda de 4,3% no ano passado. Já neste ano, em julho de 2016, segundo o Departamento de Comércio, as vendas ficaram estagnadas chegando a US$ 457,73 bilhões. Os números do setor refletem a queda do consumo das famílias, o desemprego, a queda da renda e a falta de confiança na economia.
Diante do cenário econômico e da realidade que atinge, em especial, o setor de móveis e eletrodomésticos, com queda de 14%, o investimento em e-commerce é visto como uma alternativa aos empresários, uma vez que as vendas online reduzem os gastos com infraestrutura e funcionários, além de possibilitar que as empresas sigam as tendências de mercado e do consumidor moderno, acompanhando-os em todos os canais de compras e influenciando-os, ainda mais, em suas decisões.
*Wilmar Lima é Diretor de Operações da FH, empresa de tecnologia especializada em negócios e software para projetos de omnichannel