O movimento de vendas do varejo paulistano cresceu em média 1,6% no primeiro semestre deste ano frente ao mesmo período de 2018. O dado é do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Isoladamente, o sistema a prazo apresentou alta de 0,8%, enquanto o sistema à vista cresceu 2,3%.
“É um resultado fraco, que reflete o atual momento de inércia da atividade econômica. A perda de fôlego é ainda mais acentuada quando olhamos para o primeiro semestre do ano passado, período em que o varejo havia registrado elevação de 2,9%. Somente novos cortes na taxa básica de juros e reduções no recolhimento dos compulsórios dos bancos poderão reverter essa desaceleração”, explica Marcel Solimeo, economista da ACSP.
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Ele também observa que o desempenho melhor do sistema à vista – que corresponde basicamente a vestuário, calçados, adereços e objetos de uso pessoal – é justificado pela conjuntura macroeconômica. “As pessoas não têm dinheiro sobrando, portanto, tendem a comprar produtos de menor valor”.
Por essa mesma razão, o sistema a prazo – que engloba móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos – cresceu menos. “O consumidor está fugindo de prestações. A queda da confiança, o desemprego elevado e os juros de mercado ainda altos o assusta”, diz Solimeo, lembrando que a Copa do Mundo do ano passado também criou uma base forte de comparação.
Em junho, o varejo paulistano apresentou uma retração média de 3,2% sobre o mesmo mês de 2018, sendo -1,2% nas vendas a prazo e -5,2% nas vendas à vista. O resultado é explicado pelos dois dias úteis a menos que junho deste ano registrou