A queda da taxa básica de juros, a Selic, de 7% para 6,75% ao ano foi bem recebida pelas entidades que representam o varejo. Elas consideraram o recuo adequado, mas parte das entidades não espera mais quedas.
“Novas quedas vão depender de como vão se comportar os indicadores de inflação e de atividade. E mesmo que a inflação permaneça sob controle, haverá as incertezas próprias de um ano eleitoral”, disse Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.
“A inflação continua baixa, nos menores níveis desde o início do plano Real. Por outro lado, a expectativa é de que o IPCA volte a se aproximar da meta chegando a 4% ao final deste ano, fato que somado à expectativa de que a recuperação econômica ganhe velocidade ao longo do ano fazem com que o espaço para novas quedas significativas fique cada vez menor”, disse. “Por conta disso, a expectativa é de que essa seja a última queda deste ciclo”.
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Mais espaço para quedas
Já Marcel Solimeo, superintendente institucional da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), acredita que há mais espaço para quedas. “É um corte adequado, considerando que a inflação segue baixa, o que abre espaço para a Selic cair mais”, disse.
Para Solimeo, os juros menores beneficiam as duas pontas do mercado. “De um lado, as empresas arcam com custos menores de financiamento, podendo investir mais e contratar mão de obra. Do outro lado, com juros menores, o trabalhador consome mais e tem mais oportunidades de emprego”.
“O nível de atividade econômica está relativamente fraco e o desemprego ainda é muito elevado. É preciso alavancar esses dois componentes da macroeconomia”, diz Solimeo.
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Retomada em supermercados
A Apas (Associação Paulista de Supermercados) afirma que a decisão sinaliza ao mercado a busca por uma retomada do crescimento econômico brasileiro no curto e médio prazo, mas com compromisso da estabilidade dos preços.
“A nova queda da taxa básica de juros demonstra a confiança do comitê de que a inflação dos alimentos, responsáveis pela inflação baixa em 2017, continuará contida, mantendo o IPCA dentro do centro da meta, permitindo assim que os efeitos dos juros baixos alavanquem ainda mais a economia brasileira aumentando o crédito, os investimentos e reduzindo a inadimplência”, avaliou Thiago Berka, economista da Associaçãop.
Para ele, o recuo vai acelerar a retomada de crescimento do setor de supermercados. “Estas taxas de juros beneficiam o setor supermercadista em pontos importantes, como por exemplo nas lojas que oferecem produtos como eletro e têxtil (Hipermercados e Supermercados grandes) os juros baixos ajudam ao melhorar o crédito e os parcelamentos aumentando as vendas”, explicou.
“Para o setor como um todo no financiamento da construção e reforma de lojas já que há ainda muito espaço para preenchimento pelas médias e grandes redes assim como a tendência de abertura dos minimercados de proximidade gerando mais empregos”, completou Berka.
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