O varejo brasileiro demitiu 171.969 pessoas em 2015, um número 2,1% maior que o registrado em 2014, segundo levantamento feito pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), baseado com os dados da Rais, do Ministério do Trabalho. Ao todo, o setor contratou 7,92 milhões.
Os vendedores, que representam 33,9% da força de trabalho no setor, perderam 33,7 mil vagas em 2015. As profissões mais atingidas foram auxiliares administrativos, com corte de 7,1% de vagas, (45,8 mil empregos), gerentes de operações, com corte de 5% (8,6 mil empregos) e motoristas de veículos de cargas em geral, com redução de 2,8% (quase 4 mil).
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O que mais surpreende no estudo, porém, não é apenas o número de cortes, mas o perfil desse número: 91,6% do total dos demitidos é formado por jovens com idade de até 24 anos, o que corresponde a 157,6 mil postos. Com isso, a representatividade desta faixa etária no setor caiu de 36,7% em 2002 para apenas 27,9% em 2015.
“Desde 1992, esse foi o primeiro recuo e reflete toda a crise do setor, que teve seu pior ano em volume de vendas em 2015. Historicamente, o emprego dos jovens é o mais vulnerável em momentos de recessão econômica”, explicou em nota, o economista da CNC Bruno Fernandes.
Por outro lado, foram geradas 27,8 mil novas oportunidades para trabalhadores acima dos 50 anos. Esse resultado, aliado à tendência de envelhecimento do mercado de trabalho, contribuiu para aumentar a fatia desse público no varejo de 4,9% para 9,4%, nos últimos 13 anos.
Setores
Entre os segmentos, aqueles que demitiram mais foram o de Comércio de Veículos Automotores, que cortou 30,5 mil vagas; Equipamentos de Informática e Comunicação, que reduziu 62,8 mil vagas; e Comércio, Manutenção e Reparação de Motocicletas, Peças e Acessórios,q ue fechou 5,1 mil vagas.
O varejo de São Paulo foi o que mais reduziu vagas: foram 61.524 mil pessoas a menos no setor (-2,7%).
Considerando os portes: os estabelecimentos médios e grandes, que empregam mais de 50 pessoas, foram os mais afetados pela crise no setor e cortaram 103,5 mil vagas (5,3%). Com isso, os micro e pequenos empreendimentos, mesmo reduzindo o quadro de funcionários, aumentaram ainda mais sua representatividade dentro do varejo brasileiro: passaram de 75,7% em 2014 para 76,5% em 2015.