Novamente, o faturamento do comércio no Estado de São Paulo apresentou queda de 2,9% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados hoje (19) pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
O levantamento é feito mensalmente a partir de informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz). Como essas informações demoram para ser mensuradas, o resultado mais recente ainda é o de outubro.
Com a queda, o índice já acumula retração de 2,6% nas vendas em 2014. Segundo a Federação, o resultado de novembro reforça estimativas mais pessimistas para o desempenho do ano passado no Estado de São Paulo, caminhando para uma retração de até 3% no faturamento varejista do Estado.
A queda na renda das famílias e a pouca disponibilidade ao crédito foram influências diretas para a queda no consumo e, por consequência, pressionaram a receita para baixo.
Além disso, segundo a Federação, “a inflação ainda em patamar desconfortável e com trajetória de aceleração contribuiu para esse cenário”. Com isso, a entidade acredita que dificilmente ocorrerá retomada no crescimento das vendas no médio prazo. E 2015 pode ser marcado por um quadro de consumo ainda mais restritivo se comparado a 2014.
Entre as dez atividades pesquisadas, sete registraram queda nas vendas em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, com destaque para lojas de móveis e decoração (-17,2%), concessionárias de veículos (-16%) e lojas de materiais de construção (-10,5%).
Lojas de vestuário, tecidos e calçados apresentaram queda de 4,8% na receita. Já as vendas nos supermercados voltaram a cair em novembro (-2%) após movimento positivo em outubro, indicando trajetória instável para o fim do ano.
Por outro lado, as contribuições positivas vieram das lojas de departamentos (9%), que tiveram o primeiro destaque favorável no ano, com a maior alta do setor em termos de crescimento, puxada, principalmente, pelas vendas da Black Friday. Também apresentaram avanço os faturamentos das farmácias e perfumarias (5,8%) e de outras atividades (5,7%).
No desempenho por região, apenas três das 16 localidades pesquisadas apresentaram avanço nos faturamentos, na base anual: Osasco (11,8%), Sorocaba (2,1%) e Araraquara (0,4%). As outras 13 apresentaram quedas de vendas, sendo as maiores retrações na região do ABCD e da capital paulista, ambas de 7,9% em comparação a novembro do ano anterior.
Leia mais
Varejo de SP tem o pior resultado em outubro