A evolução nas facilidades para o uso da internet no Brasil foi um dos principais motivos no aumento do número de pessoas que passaram a acessar a rede. Em 2022, ela alcançou 161,6 milhões de brasileiros que têm 10 anos ou mais. Isso representa 87,2% dessa população. Porém, o avanço mais significativo aconteceu entre o público da terceira idade, aponta o módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar de os idosos ainda fazerem parte dos grupos etários com menor percentual de pessoas que usaram a internet em 2022 – o outro é composto pelas crianças –, o acesso à rede dentro dessa faixa etária acelerou nos últimos anos e foi o maior entre todas as outras. Em 2016, os brasileiros que tinham 60 anos ou mais e se conectavam com o mundo virtual eram 24,7%. Em 2022, cresceu para 62,1%.

É importante salientar ainda que, de acordo com o Censo Demográfico 2022, elaborado pelo IBGE, a população idosa no Brasil tem aumentado. Pessoas que têm mais de 60 anos somam 32.113.490, e representam 15,6% da população. Em relação a 2010, quando o percentual era 10,8% com 20.590.597 idosos, o aumento foi de 56%. O índice de envelhecimento era de 44,8 em 2010, e chegou a 80,0 em 2022. Ou seja, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, há 10 idosos.

Por outro lado, mesmo com o crescimento acelerado de idosos com acesso à internet, esse grupo está entre aqueles com menor percentual de uso da rede em 2022. Mesmo que sejam 62,1%, ainda é um número menor que os 96% de pessoas dos grupos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos. Já as crianças com 10 a 13 anos são 84,9%.

Estudantes da rede privada de ensino têm mais acesso à internet

Quando o estudo passou a considerar a rede de ensino e a relação com o acesso à rede, foi notada uma diferença no uso da internet por parte dos estudantes. Aqueles que estão em instituições privadas e têm conexão com o ambiente virtual são 98,4%, contra 89,4% da educação pública.

Além disso, os dispositivos usados pelos estudantes se diferem de acordo com a rede de ensino. Enquanto 75% daqueles que estão na rede privada usam a internet por microcomputador, entre os alunos da rede pública esse percentual cai para 31,2%.

Ao segmentar para o uso de internet dentro das redes públicas de ensino, o PNAD mostrou que 8,9% das pessoas que utilizaram a conexão afirmaram ter acessado o serviço gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas. Já quanto ao número de estudantes brasileiros do ensino público que utilizaram a rede durante o período do estudo, o percentual é de 26,7%.

Como é o uso da internet no Brasil? Por quem? E para quê?

Aqui, é importante ressaltar primeiro que o Centro-Oeste lidera como região com mais usuários de internet. Por lá, eles somam 96,6%. O menor percentual está no Norte, com 82,4%. Além disso, o grau de instrução é outro fator apontado na pesquisa é o grau de instrução. Entre as pessoas sem instrução, 39,4% acessaram a internet, número inferior ao dos demais grupos de escolaridade, como as pessoas com ensino superior incompleto (98,7%) e com superior completo (98,2%).

Os dispositivos mais usados:

• Celular: 98,9%, como meio mais usado;
• Televisão: 47,5%, que em 2016 tinha um percentual de 11,3%;
• Microcomputador: 35,5% em 2022, com uma queda significativa, pois em 2016 o percentual era de 63,2%;
• Tablet: caiu de 16,4% em 2016 para 7,6% em 2022.

A frequência do uso da internet no Brasil também mudou durante os anos. Em 2022, 93,4% dos brasileiros estavam conectados todos os dias e apenas 2,7% não usavam a rede de forma tão habitual, entre cinco e seis dias semanalmente. Outros 3,2%, acessaram a conexão entre uma e quatro vezes por semana. Já os que estavam na internet menos de uma vez por semana eram 0,7%.

O estudo mostrou ainda a finalidade do uso da internet no Brasil:

• Receber chamada de voz ou vídeo: 94,4%;
• Troca de mensagens por aplicativos: 92%;
• Assistir vídeos, séries, programas e filmes: 88,3%;
• Usar as redes sociais: 83,6%;
• Ouvir músicas, rádio ou podcast: 82,4%;
• Ler jornais, notícias, livros ou revistas pela internet: 72,3%;
• Acessar banco ou instituições financeiras: 60,1%;
• Enviar ou receber e-mails: 59,4%;
• Jogar: 32,4%.

O faz uma pessoa a não acessar a internet?

A condição social e o grau de instrução continuam como os principais motivos que limitam o acesso dos brasileiros à rede. Entre as 185,4 milhões de pessoas com 10 anos ou mais abordadas pelo estudo, 12,8% não tinham usado a internet no período da pesquisa. 78,5% desse grupo são pessoas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto. Além disso, aqueles que têm entre 60 anos ou mais representam 52,3% dos brasileiros que não têm conexão.

Além disso, 47,7% desse grupo que não tem acesso à rede alegou como motivo a falta de conhecimento sobre o uso, e outros 23,5% disseram não ter necessidade. A situação financeira também foi apontada, e 16,2% consideram que o serviço de internet ou os equipamentos eletrônicos para o uso no Brasil são caros. Já na Região Norte, o sinal não está disponível para 9,7% e 8% na área rural.