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Uso consciente da água é responsabilidade de todos

Uso consciente da água é responsabilidade de todos

Falta de um plano de segurança; fiscalização; consumo indevido e ilegal; reuso... Evento em São Paulo reuniu especialistas para falar da crise hídrica do país e o papel do consumidor

?Não há nada provado que a causa seja uma ação climática?, afirmou Plínio Presidente da AGRU – Agência Reguladora dos Serviços Municipais de Saneamento Básico de Guarulhos – SP, na abertura do fórum ?Água: Uma Responsabilidade de Todos?, promovido pela Docol ? indústria de metais sanitários, pioneira no mercado nacional de economizadores de água -, realizado no dia 10 de fevereiro, no hotel Emiliano, em São Paulo.

Mediado pelo jornalista Heródoto Barbeiro o debate contou com a presença de Levi Garcia (Diretor de Tecnologia e Produção da Docol); Eduardo Pacheco (Diretor Geral do portal Tratamento de Água); Ricardo Reis Chahin (Gerente de Divisão do Programa Uso Racional da Água- Sabesp); Plínio Tomaz (Presidente da AGRU – Agencia Reguladora dos Serviços Municipais de Saneamento Básico de Guarulhos ? SP); Orestes Marracini Gonçalves (Coordenador técnico do PURA – Programa do Uso Racional da Água da USP e Diretor de Tecnologia da ONG Água e Cidade) e Lúcia Helena de Oliveira (Professora Associada do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, Membro da Comissão W062 – Water Supply and Drainage for Buildings do International Council for Research and Innovation in Building and Construction (CIB) e coordenadora do Escritório Regional do CIB na América Latina e do CT Água do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS)).

O evento foi iniciado com uma discussão sobre os fatores que impulsionaram a crise hídrica no país. Para Eduardo Pacheco, a falta de um plano de segurança da água é uma das questões mais alarmantes. ?Ninguém está cumprindo?. E ressaltou: ?a situação é muito mais grave do que se tem colocado. Comemorar que o nível da Cantareira tem subido 0,5 centímetro é ridículo!?, concluiu.

Já Levi Garcia, Diretor de Tecnologia e Produção da Docol, conduziu o debate para a questão comportamental do consumidor, enquanto Heródoto questionou Ricardo Reis Chahin (Gerente de Divisão do Programa Uso Racional da Água- Sabesp): Pegaram a Sabesp pra Cristo?

Ricardo respondeu: Em certo ponto sim. Se a Cantareira que é o ponto mais crítico, em 2011, os reservatórios estavam com sua capacidade máxima de água. Tivemos que abrir as comportas para reduzir o nível e não transbordar. Contudo, naquela época não tínhamos qualquer argumento para prever uma crise e, a partir disso, fomos pegos de surpresa.

Chahin falou ainda sobre o aumento das fraudes ? consumo indevido e ilegal da água. ?As fraudes subiram assustadoramente nos últimos meses, mais de 2,5 bilhões de litros de água. Isso equivale ao abastecimento da população de Taboão da serra?, explicou.

Segundo Plínio Tomaz (Presidente da AGRU – Agência Reguladora dos Serviços Municipais de Saneamento Básico de Guarulhos ? SP), em 1953 houve uma grande seca e agora emerge a necessidade de se descobrir outras fontes. ?Esses quebra galhos de pegar água do Paraíba do sul não é nada. A solução é o reúso potável da água?, afirmou.

A questão do reuso e dos bens alternativos permearam toda a discussão. Orestes Marracini Gonçalves (Coordenador técnico do PURA – Programa do Uso Racional da Água da USP e Diretor de Tecnologia da ONG Água e Cidade) alertou que os dois termos têm sido muito generalizados e que o momento não é do pânico impulsionar uma grande crise e sim, de reavaliar os comportamentos em geral. Apontou ainda a necessidade de modernização dos sistemas hidráulicos prediais, que são necessários e emergenciais. Ricardo Chahin complementou essa importância revelando que de março de 2014 a fevereiro de 2015, metade dos paulistanos reduziram o consumo em mais de 20% e atingiram o bônus da campanha de economia da Sabesp. Mas somente 34% dos condomínios conseguiram reduzir o consumo, sendo que ainda outros 15% aumentaram o uso da água, mesmo neste momento de crise.

Chahin informou que uma das medidas adotadas pelo governo tem sido o fornecimento de redutores de vazão para edifícios tentando conter um pouco mais o consumo e já estão sendo estudados projetos que preveem tubulações aéreas de fornecimento de água.

A professora associada do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, Lucia Helena de Oliveira destacou três aspectos importantes para conservação da água:

1º  Uso ético da água: ?Devemos aprender procedimentos corretos para o uso da água e termos comportamentos mais políticos. Ora, somente 38,7 % dos esgotos coletados são tratados, isso só mostra como somos pacivos.?;

2° Condições hidráulicas de edifícios: ?Os condomínios devem planejar a manutenção para evitar vazamentos e devem regular as pressões de água adequadas?;

3° – Investimento em tecnologia: ?Temos tecnologia de ponta! Máquinas de lavar roupa são pontos críticos de alto consumo. Temos modelos que economizam água e energia, mas o consumidor prefere a máquina com secadora ao invés de uma máquina economizadora.?.

A tecnologia foi outro ponto muito destacado durante todo o debate. Para Orestes Marracini Gonçalves, as tecnologias devem primeiramente garantir desempenho e qualidade nos produtos. ?Torneiras e chuveiros que liberam água pelos lados, sem o direcionamento correto, pra baixo, exigido pelas normas técnicas brasileiras, causam um desperdício de água absurdo. Afinal, ninguém lava louça ou toma banho fazendo movimento em círculos para o enxague?, brincou com o público.

Finalizando o debate, Lucia Helena alertou o grande risco para o agravamento da epidemia da dengue: ?Ando vendo uma corrida da população atrás de caixas d?água e reservatórios para recolher água das chuvas. Quem garante que a pessoa que recolhe água das chuvas terá a responsabilidade de vedar a água armazenada??.

Outra corrida apontada por Plínio Tomaz foi é a busca pelos caminhões pipas. Segundo ele, quando perguntado se há validade para a água, afirmou que se ela tem qualidade não há validade, mas que o problema é a falta de fiscalização dessa água. Quem irá verificar se essa água é potável e se o transporte da água não teve contato com graxa ou óleo? O debate levou uma hora de duração e contou com a participação de jornalistas e convidados que muito questionaram sobre os problemas de gestão, o projeto de tubulações aéreas, as possibilidades e tecnologias empregadas para a economia de água e a avaliação do cenário atual.

 

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