Nos próximos meses, o Brasil terá eleições gerais e, qualquer que seja o resultado, os negócios de varejo deverão se preparar para enfrentar e superar as dificuldades geradas por uma série de fatores, tais como: uma economia possivelmente claudicante, consumidores mais e mais exigentes, conectados e à procura de melhores preços, necessidade de investimentos mais intensos em tecnologia, os gargalos gerados pelo Custo Brasil e a busca intensa por operações mais eficientes e competitivas.
O tema competitividade está na ordem do dia. Ele converge ao mesmo tempo em que outros fatores de pressão fustigam o varejista nacional: mobilidade, experiência do cliente, governança, consolidação (processos de fusões, aquisições ou incorporações), incertezas econômicas. Como conciliar o cotidiano com tantas questões a afligir e impactar as operações? Como traçar cenários diante de um contexto onde volatilidade e instabilidade são regras? Que tipo de preparo e de recursos uma liderança precisa mostrar para levar adiante um negócio em um panorama tão repleto de variáveis?
No BR Week, cada participante teve contato com inovações, práticas e conceitos diferentes. Um conjunto diversificado de informações que permitiu a cada executivo construir a sua visão e incorporar ensinamentos aplicáveis e replicáveis em sua loja, sua rede, seu negócio. Mas por trás dessa bem-vinda individualização reside uma necessidade premente, urgente para o mercado varejista como um todo: ganhar maior representatividade, poder de interlocução e reivindicação institucional. Porque a busca por competitividade depende em parte da capacidade e do mérito de cada empreendimento. Mas também depende de condições externas a cada empresa: racionalização da carga tributária, flexibilização da legislação trabalhista (sem diminuição de direitos mas com adequação a novos formatos de trabalho diante das exigências e possibilidades da economia digital). Infelizmente, a coordenação de condições externas e internas demanda uma visão mais abrangente e uma atuação mais decidida, que ultrapassa as competências e possibilidades das empresas e mesmo das associações de cada segmento do varejo nacional.
Foi com entusiasmo que vimos os diversos segmentos que compõem o varejo perceberem, durante o BR Week, que a sua força institucional conjunta, assentada sobre números que beiram os 10 milhões de empregos gerados, não pode mais ser refém de uma atuação individual. O varejo pede uma voz. E esta voz uníssona, que congregou, no BR Week, diversos líderes de entidades como a ABF, a APAS, a CNDL, a ABRASCE, ACSP e IDV, foi o ponto de partida para assegurar um varejo mais forte, competitivo e saudável.
A partir do painel ?EM BUSCA DE UMA VISÃO ÚNICA PARA O DESENVOLVIMENTO DO VAREJO BRASILEIRO?, iniciativa inédita de NOVAREJO especialmente para o Brazilian Retail Week, estas lideranças perceberam a necessidade de uma atuação mais afinada, para a organização de uma pauta comum a ser defendida junto aos candidatos a presidente e governadores neste ano eleitoral. Uma nova reunião entre estes profissionais engajados na causa de defender e trabalhar para o desenvolvimento do varejo brasileiro está marcada para o dia 04/09, o que foi anunciado ao vivo durante o BR Week.
NOVAREJO sente-se gratificada por participar deste momento único para o varejo nacional. E coloca-se à disposição para ecoar a nova voz única deste setor que é o grande impulsionador da economia nacional nos últimos anos. Nós sempre enxergamos o varejo como um só. E este varejo, do alto de seus 10 milhões de trabalhadores e milhares de empreendedores, visionários e competidores, pede passagem. O mercado e a economia brasileira ficam mais sólidos a partir de um varejo mais forte.
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Inteligência de Negócios do Grupo Padrão