Um grave problema que atinge o país é a questão da insegurança das estradas. Assim, o roubo de cargas é algo frequente e, segundo levantamento da consultoria FreighWatch Internacional, cresceu no terceiro trimestre de 2016. De acordo com a consultoria, 55% das cargas roubadas neste período não foram recuperadas. É um problema grave que afeta a toda a cadeia e atinge diretamente ao consumidor, que também arca com os custos desse prejuízo.
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Os produtos mais visados foram os das categorias de Alimentos & Bebidas, Eletrônicos e Produtos Agrícolas. “As cargas de produtos de higiene pessoal e limpeza estão também entre as mais recentes novidades, aliadas aos já visados carregamentos de cigarros, eletroeletrônicos, farmacêuticos, químicos, têxteis e confecções, autopeças e combustíveis”, avalia Adailton Dias, Diretor da área de Transportes da Sompo Seguros.
Segundo o levantamento, São Paulo foi o Estado com maior crescimento na incidência do roubo de carga entre julho e setembro: 38% a mais do que no mesmo período do ano passado. Rio de Janeiro e Minas Gerais tiveram aumento de 31%.
Estradas perigosas
Segundo o levantamento da FreightWatch International, as estradas com maior incidência de roubo são a rodovias federais BR-116, BR-101, BR-040, BR-153 e BR-262. A indicação é semelhante à apresentada pelo relatório JCC Cargo Watchlist, elaborado pela Joint Cargo Commitee, um comitê misto formado por representantes da área de avaliação de risco do mercado segurador de Londres (Inglaterra), que indica os trechos das rodovias BR-116 (Curitiba – São Paulo e Rio de Janeiro – São Paulo); SP-330 (Uberaba – Porto de Santos) e BR-050 (Brasília – Santos) como áreas com risco muito alto para a ocorrência de roubo de cargas.
Prevenção
Como os prejuízos são imprecisos, mas substanciais, é imprescindível uma política de prevenção para evitar o roubo de carga. Várias soluções tecnológicas e estratégias estabelecidas por especialistas em gerenciamento de risco são implementas para cada carga embarcada. “O gerenciamento de risco pode ser crucial para que o transporte da carga aconteça de forma segura, eficaz e sem custos excessivos ou não previstos. Isso faz toda a diferença para a eficiência e saúde financeira da operação”, afirma Adailton Dias.
A Sompo Seguros presta consultoria no gerenciamento de riscos de transportes de carga para os segurados. Para cada embarque, a empresa traça uma estratégia que inclui ferramentas utilizadas, rotas, horários e qualquer outro recurso que possa contribuir para que a carga chegue ao seu destino.
Segundo ele, é importante pensar em cada situação até para evitar gastos extras com recursos desnecessários, que podem também aumentar o risco e a vulnerabilidade para a carga e o motorista. “Afinal, transportar uma carga de equipamentos eletrônicos no Interior de São Paulo é diferente de uma carga de medicamentos na Região Sul e igualmente diferente de uma carga de grãos na Região Centro Oeste”, conclui Dias.
Confira outros números do levantamento:
Produtos mais roubados por estado:
- São Paulo – Alimentos & Bebidas, Combustíveis e Eletrônicos;
- Rio de Janeiro – Alimentos & Bebidas, Eletrônicos e Álcool;
- Minas Gerais – Cigarros, Medicamentos e Eletrônicos. Especificamente no Triângulo Mineiro há um destaque especial para as cargas de Fertilizantes;
- Paraná – Alimentos & Bebidas e Produtos de Limpeza;
- Porto Alegre (RS) – Combustíveis;
- Método de abordagem mais usado: assalto com ameaça ao condutor (59%).
Na maioria dos casos (66%), o caminhão estava em trânsito. Destes, 82% foram obrigados a parar, 15% foram parados em postos de gasolina e 3% pararam na estrada.
Em 32% dos roubos de carga em trânsito os criminosos usavam jammers, equipamentos eletrônicos utilizados para bloquear o sinal de rastreadores enviados a satélites, o que dificulta a localização do caminhão roubado.