Visando o combate ao racismo dentro de sua plataforma, a Uber lançou uma campanha contra a discriminação, que incentiva os motoristas parceiros a combaterem essas práticas. A ideia, diz a empresa, é promover ações educativas dentro do aplicativo a partir de situações reais que aconteceram durante as viagens.
A companhia destacou que a campanha será feita em duas partes: a primeira com placas e anúncios físicos, a segunda a partir de uma série de vídeos didáticos, distribuídos dentro dos aplicativos.
Anúncios físicos espalhados pelas cidades brasileiras
Nas placas, destacadas em pontos de ônibus, relógios de ruas e nas redes sociais, aparecem frases de cunho discriminatório que foram ditas durante as viagens tanto por usuários quanto por motoristas, como “não viajaria com um negro”, “vai andando, negão” ou “só podia ser preta”. Ao lado de cada uma dessas frases, a empresa destacou os dizeres “Se você é racista, a Uber não é para você” e deixou disponível um QR Code com informações sobre a campanha.
Os anúncios também destacam as ações feitas a partir de comentários, avaliações e situações racistas dentro da plataforma, tais como denúncias e banimento dos usuários e motoristas que apresentarem comportamento discriminatório.
Em artigo publicado pela CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, a empresa destaca que tem feito conteúdos informativos para motoristas e usuários: “Juntamente com especialistas, desenvolveremos um novo conteúdo antirracista para usuários e motoristas”. “O Código de Conduta da Uber proíbe expressamente comportamentos racistas e continuaremos a garantir que todos que usam nossa plataforma entendam o que é esperado ao usar nossos aplicativos e se comprometam com as regras estipuladas”, acrescenta.
Série de vídeos didáticos para o combate ao racismo
A série de vídeos, que será publicada para os 22 milhões de usuários e 1 milhão de parceiros nas próximas semanas, mostrará de maneira didática como esses comentários, avaliações e relatos fazem parte de um racismo estrutural presente no Brasil.
A ideia, segundo a empresa, é promover uma conscientização e exigir respeito dentro da plataforma e durante as viagens. “Como uma empresa que impulsiona o movimento, nosso objetivo é garantir que todos possam se locomover livremente e com segurança, seja física, econômica ou socialmente. Para isso, devemos ajudar a combater o racismo que está presente em toda a sociedade e ser um modelo de equidade, tanto dentro como fora da nossa empresa”, diz a CEO no artigo publicado pela Uber.
A série de vídeos foi produzida com apoio da Promndo, ONG que trabalha a igualdade de gêneros e teve trabalhos com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial e a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ações de combate ao racismo
Além da campanha e das ações educativas dentro da plataforma para usuários e parceiros, a Uber hoje oferece treinamento especializado sobre preconceito e discriminação aos agentes de suporte e tem trabalhado para tornar seu quadro de funcionários mais igualitário.
“Vamos expandir ainda mais a lista de funcionários negros e outros grupos sub-representados, ampliando nossos programas de estágio e bolsas em parceria com ONGs globais”, explica Khosrowshahi.
A empresa tem como meta dobrar a representatividade negra na liderança, ter transparência no progresso e dobrar a base de talentos. Todas essas ações são voltadas para mudança interna.
Na sociedade, a empresa investirá 55 milhões para apoiar empresas pertencentes a pessoas negras nos próximos dois anos. Hoje, a Uber também não cobra taxa de entrega para restaurantes pertencentes a negros.
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