Se depender da agenda ESG de grandes do varejo nacional, muitos pequenos e médios do comércio estarão mais capacitados quando o Brasil sair da pandemia. Isso porque, além de soluções financeiras e digitais para incluir PMEs na transformação digital acelerada desde 2020, grandes varejistas têm colaborado de forma mais intensa com ações sociais, sendo que boa parte delas se trata de diretrizes estabelecidas há anos.
Entre os compromissos com a força do empreendedorismo nacional, marcas varejistas têm focado em inclusão de micro e pequenos negócios na cadeia e na capacitação de capital humano.
Capacitação empresarial
Uma marca que tem se mantido próxima às pequenas e pequenos do varejo brasileiro é a Coca-Cola. Ainda que com sua conhecida ênfase no cuidado com a água e os esforços com o ciclo do plástico, seu S do ESG também é maiúsculo há anos.
“Além de água e reciclagem, temos ainda uma série de iniciativas e parcerias muito inspiradoras em temas como agricultura, empregabilidade de jovens e apoio a micro e pequenos empreendedores. Nessas iniciativas, temos parcerias com organizações como Sebrae e Caixa Econômica Federal, assim como com outras empresas do setor — por exemplo o Movimento Nós, que apenas em 2020 apoiou diretamente mais de 300 mil pequenos negócios impactados pela pandemia”, ressalta o head de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil & Cone Sul, Rodrigo Brito.
Outro grande exemplo de engajamento no voluntariado empresarial do varejo é a C&A. Por meio de seu instituto, o Instituto C&A, a marca organiza ações de fomento e capacitação há 30 anos. Por meio dele, colaboradores da rede promovem atividades voluntárias que chegam até a 16% da força total de trabalho da empresa, formando juntos uma das organizações mais consolidadas no Brasil em termos de voluntariado empresarial. Desde o ano passado, os programas para encontrar soluções e traçar estratégias empreendedoras junto às comunidades femininas e quatro ONGs passaram a ser online.
“Somente em 2020, o Instituto C&A contribuiu com microempreendedores de comunidades em vulnerabilidade social para seguirem se desenvolvendo e trabalhando mesmo em um cenário de pandemia. Por meio de parcerias com organizações como Coletivo Trans Sol, Associação de Mulheres de Paraisópolis, Coalizão Éditodos, entre outras, o Instituto investiu mais de meio milhão de reais“, conta diretora de relações com investidores da C&A Brasil, Roberta Noronha.
Noronha explica que além do Coletivo Trans Sol, que promove o empoderamento da mulher trans por meio da moda, outros projetos como o Projeto Cerzindo e o Oficina do Bem oferecem oportunidades de complementação de renda e cursos profissionalizantes para migrantes e refugiados e cursos de corte e costura para mulheres da periferia de Osasco (SP), respectivamente.
O S do ESG
Empresas são construídas por pessoas e produzem bens e serviços para as pessoas. Desde a pandemia, o S do ESG — que se refere à “sociedade” — tem ganhado relevância no consumo consciente. As empresas, por sua vez, têm notado a mudança.
“Acredito que as pessoas estão cada vez mais conscientes, mais preocupadas e mais informadas, entendendo melhor o impacto do consumo e o papel das empresas neste cenário. Especialmente durante a pandemia, quando muitos setores tiveram que se reinventar, percebemos que o consumidor passou a levar em conta novos fatores ao consumir uma marca e cobrar delas ações responsáveis”, nota Rodrigo Brito. “Como temos as pessoas como o centro do nosso negócio, definimos objetivos de crescimento e compromissos de sustentabilidade que se traduzem e realizam de forma integrada para gerar vantagem competitiva e impacto positivo nas comunidades e no meio ambiente através de ações consistentes em temas relacionados à nossa atuação, operações e cadeia de valor”, conclui o head de sustentabilidade da Coca-Cola.
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