Mais de 69 mil participantes, mais de 1200 palestrantes, mais de 250 conteúdos distribuídos em mais de 20 trilhas de conteúdos. Números que demonstram o gigantismo de um evento que expande sua influência ano após anos, mostrando os impactos que a vida digital traz para a economia, mercados,soe cidade, politica e comportamento.
Este ano, duas novas forças do ecossistema de inovação do Brasil uniram forças para levar uma delegação especial para o Web Summit: o OasisLab, coworking, e a plataforma Whow!, do Grupo Padrão. A delegação Oásis+Whow! reuniu 30 participantes e oferece uma curadoria especial de conteúdos, networking e outras atividades especiais que permitem um aproveitamento mais qualificado do evento.
Na abertura oficial, Paddy Cosgrove, CEO e líder do Web Summit deu as boas-vindas conclamando os milhares de participantes a se conectarem uns aos outros instantaneamente, falando e se apresentando.
O evento traz conteúdos diversificados e muitas tendências, na pele de mais de 1800 startups presentes. A primeira palestra, no Centre Stage foi de Tim Berners-Lee, um dos pais da internet e Laurie Segall, da CNNMoney, em uma conversa que sugere a recuperação do princípio que moveu a criação da rede há 30 anos: uma força a serviço da humanidade, livre e aberta. Apesar de toda a transformação que a internet trouxe, com um impacto extraordinário em todos os campos da atividade humana, ela falhou em cumprir sua ideia central. Há tempo e possibilidade de retomar a concepção original da web?
O guru e pai da internet falou sobre os dias iniciais da rede. E o que essa evolução trouxe até hoje. Ele considera que a promessa inicial da rede está em risco, como citado. “Houve um momento em que a internet significava a junção ideal entre pessoas e tecnologias. As pessoas inventaram sites, blogs, wikipedias, conectaram-se profundamente umas com as outras”, afirmou Berners-Lee. Uma onda de otimismo varreu o mundo, de que internet poderia fazer melhor para todos os cidadãos do planeta.
Tim Berners-Lee lança então a campanha #FortheWeb. Será exequível? Há tempo e disposição para isso?
Mas hoje em dia, vemos pessoas sendo manipuladas pela rede, vítimas de fake news, pessoas fake e ideias fake, segundo seu diagnóstico. Para ele, estamos em um momento 50-50. Isso quer dizer que, enquanto metade do mundo está conectada e outra não, há 50% de chance da internet degenerar ou se reinventar na direção de sua promessa básica.
Mas ao contrário do que pode parecer, o grau de adoção à internet não evolui mais na velocidade anterior. “Precisamos assegurar que as pessoas que se conectam a internet hoje em dia possam ter acesso à rede que imaginavam e isso representa o desafio de consertá-la. Para isso, proponho um novo contrato com a web. Isso quer dizer que diferentes partes acordam e aceitam direitos e deveres, princípios e valores que devemos seguir”, recomenda ele.
Em linhas gerais, o contrato propõe que empresas, pessoas, instituições participantes da rede sejam construtivas e não se disponham a publicar conteúdos nocivos, degradantes, falsos. “Precisamos da ajuda de todos. Precisamos ser mais confiáveis. Vamos formar grupos de trabalho para elaborar esse novo contrato que possa salvar a internet e levá-la a ser uma força do bem para toda a humanidade”, conclui com emoção.