A pandemia do novo coronavírus impactou a economia mundial e trouxe um cenário de incertezas, provocando cortes de gastos e demissões por parte de muitas empresas. Mesmo assim, o trabalhador brasileiro manteve o mesmo otimismo quanto aos próximos cinco anos no ambiente de trabalho. É o que mostra uma pesquisa global realizada pela ADP Research Institute nos cenários pré e pós-pandemia: o percentual de 89% de otimismo de janeiro de 2020 se manteve em maio.
Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos da ADP na América Latina, afirma que “esse dado [do otimismo do trabalhador brasileiro] é interessante de observar, pois, mesmo com as adversidades econômicas do País, os trabalhadores se mantêm otimistas, o que não é apontado em outros países como China, Índia e Espanha”. Ela ainda ressalta a importância disso para entender a força de trabalho global.
A pesquisa foi realizada em duas frentes: a primeira, em novembro e dezembro de 2019, ouviu 32 mil trabalhadores, de 17 países; a segunda, em maio de 2020, ouviu 11 mil trabalhadores, de 6 países representantes de quatro regiões (Ásia-Pacífico, Europa, América do Norte e América Latina). O resultado mostra o que mudou nas relações de trabalho e expectativas e perspectivas dos trabalhadores no pós pandemia. Confira alguns pontos além da manutenção do otimismo.
Sacrifícios para manter o emprego
No cenário de crise, manter o emprego parece ser uma prioridade para os brasileiros. Além de aumentarem as horas trabalhadas sem remuneração no pós-pandemia – média de 4,3 horas semanais subiu para 5,3 horas -, 46% dos brasileiros aceitariam redução de seus rendimentos para a manutenção dos empregos e 18% concordariam com um adiamento.
Isso pode estar diretamente ligado com a forma de trabalho preferida dos brasileiros: 80% escolheriam uma posição permanente nas empresas. Apenas 20% optariam pelo regime de trabalho freelance, mesmo que tenha aumentado 2% no pós-pandemia, a parcela ainda é considerada baixa.
Flexibilidade no trabalho
Com a necessidade de aderir ao home office por um período, levou as empresas a adotarem um trabalho mais flexível em suas políticas. De acordo com a pesquisa, antes da pandemia apenas 27% adotavam a prática, agora já são 50%.
“Embora a aceitação do trabalho flexível por parte dos empregadores parece estar aumentando, mais da metade dos participantes, de todas as regiões analisadas, afirmam que, em algum momento, durante a pandemia, se sentiu pressionada pelo empregador a voltar para o local de trabalho, mesmo que a recomendação oficial fosse a de manter os trabalhadores essenciais em casa. Por isso, apesar dos resultados, ainda é cedo para analisar se estamos diante de um cenário que permanecerá após esta período”, afirma Mariane.
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