No final de semana, a Tesco, maior varejista do Reino Unido e uma das quatro maiores do mundo, anunciou a suspensão de quatro executivos seniores e a contratação de auditores externos para investigar uma falha que levou ao anúncio de uma projeção de lucros US$ 408,8 milhões superiores às reais no primeiro semestre deste ano.
A questão envolveu contabilizar antecipadamente as receitas mercantis e atrasar a aferição dos custos. Os resultados deveriam ser divulgados oficialmente na próxima semana, mas foram adiados para o dia 23/10 para que a empresa tenha tempo de investigar. A companhia não descarta a possibilidade de uma fraude nas operações, mas prefere aguardar os resultados das investigações antes de tomar outras atitudes. O erro contábil, anunciado pelo CEO da Tesco, Dave Lewis, que assumiu o cargo no início do mês, expõe um grupo de diretores há tempos criticados pelo mercado pela falta de conhecimento de varejo.
Os nomes dos executivos suspensos não foram revelados, mas sabe-se que um deles é Chris Bush, diretor das operações no Reino Unido, que confirmadamente foi substituído por Robin Terrell, ex-diretor multicanal da empresa. Acredita-se que os outros executivos sejam o diretor financeiro Carl Rogberg, o diretor de alimentos John Scouler e o diretor de abastecimento Matt Simister. O mercado financeiro especula que a Tesco poderá ter de vender ativos domésticos ou internacionais para cobrir a falha, que corresponde a 37% dos lucros da empresa no primeiro semestre.
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