Você já parou para pensar no quão ultrapassados são os mapas impressos? Claro que não há nenhuma diferença absurda, que possa confundir fronteiras ou atrapalhar aulas de geografia. Ainda assim, existe alguma diferença. Essa foi uma das conclusões mais curiosas do painel sobre satélites que aconteceu no SXSW: estamos caminhando para um tempo em que a percepção do mundo acontecerá em tempo real.
Como conta Susan Gordon, diretora da NGA, em 1960 foi quando foi obtida a primeira imagem de um satélite. Ela foi feita usando um filme trazido de volta à terra, de forma bastante primária. Em 1986, conseguiu-se uma imagem de satélite da terra – com uma visão melhor do conteúdo. Em 2014, tornou-se possível enxergar zonas de calor, o que representou um primeiro sinal de que os satélites ajudariam em desastres ambientais. Hoje, temos imagens perfeitas do que está disposto na tela. Comentando sobre a resolução da imagem, Susan afirma que “a questão da resolução não é tão importante, porque se perde nesse ponto para ganhar em tempo de atualização”, diz.
Will Marshal, CEO e cofundador da Planet, comenta, então, sobre a tecnologia que permitiu conseguir a evolução nesse sentido. “A melhoria dos satélites colabora com a identificação de desmatamentos, acidentes naturais, etc”, diz. Esse é o benefício visto na atualização a cada 24h na imagem de satélite.
O CEO e Cofundador do Descartes Labs, Mark Johnson, por sua vez, comenta sobre a dimensão das tecnologias disposiveis, inclusive que permitem o acompanhamento do crescimento da agricultura – e esse é um dos principais pontos positivos em relação aos velhos mapas. Como os palestrantes chegaram a mostrar, o satélite permite enxergar um espaço no mapa tendo a percepção até mesmo do clima.
Aplicações
“Mas não se trata apenas de fotos, mas de entregar informações”, comenta Johnson. E afinal, o que se faz com o conteúdo dos dados obtidos pelos satélites? Matt Finer, pesquisador e especialista da Amazon , uma associação que trata sobre conservação natural, explica que a instituição em que ele atua com três satélites, principalmente. O que eles tentam monitorar é a quantidade de desmatamento.
Para chegar a esse objetivo, eles observam alguma diferença e, uma vez notada, é feita uma aproximação. Nesse sentido, ele aponta para o avanço ocorrido na capacidade das imagens – nas quais agora é possível dar zoom, o que faz toda a diferença.