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Tecnologias disruptivas e descentralização marcam futuro dos serviços financeiros

Tecnologias disruptivas e descentralização marcam futuro dos serviços financeiros

De acordo com o relatório Tech Trends 2022, os serviços financeiros passaram por grandes transformações nos próximos anos

De blockchain a carteiras digitais, os serviços financeiros estão passando por diversas transformações graças às novas tecnologias de rede e, ao longo deste ano estarão cada vez mais descentralizados. Pelo menos isso é o que indica o relatório Tech Trends 2022, um estudo anual da Deloitte que reúne as principais tendências do mundo tecnológico para os próximos anos.

Voltado para o norteamento das ações estratégicas das principais empresas do ramo financeiro, o estudo em questão listou uma série de insights que serão decisivos para este setor e trouxe à tona as alternativas tecnológicas que poderão auxiliar no desenvolvimento de suas atividades corporativas.

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Confira a seguir uma lista com os principais tópicos abordados pelo relatório da Deloitte e fique atento.

Stablecoins

Apesar da maior familiarização popular com os bitcoins, os stablecoins (moedas estáveis, em português) chegaram para ficar e foram consolidados como um dos grupos de criptomoedas mais utilizados no mercado global, com destaques para o Tether e o USDC, ambos indexados ao dólar norte-americano.

Para se ter uma ideia, em novembro de 2020 a Visa, em parceria com a Circle, anunciou o desenvolvimento de um cartão de crédito que usa USDC. Além disso, um tempo depois foi lançada uma lei que visa a regularização destas criptomoedas, prevendo que as empresas emissoras de stablecoins tenham uma licença bancária para legalizar tais ações.

Moedas locais

Com a chegada do blockchain, as moedas locais e regionais prometem se popularizar nos grandes centros urbanos, de acordo com o relatório Tech Trends 2022. Miami, na Florida, por exemplo, é a primeira cidade dos Estados Unidos a desenvolver o projeto Miamicoin, que estabelece fundos de criptomoedas para a cidade e permite que todos os habitantes contribuam para o Tesouro local.

CBDCs, as criptomoedas “oficiais”

Modernizar os setores antigos das finanças globais: essa é a missão dos CBDCs (Central bank backed digital currencies), as moedas digitais controladas pelos bancos centrais. Elas estão na ordem do dia em vários países mas geram polêmica, já que ao mesmo tempo em que visam facilitar as transações em grandes corporações públicas, são apontadas como um meio de controle do Estado sobre as ações financeiras da população.

Com críticas ou não, as CBDCs são uma tendência e não será surpresa se, como já indicou o Banco Central (BC) brasileiro no ano passado, um Real Digital for lançado em breve. A Stellar Development Foundation já trabalha em parceria com o BC para isso e a Federação Nacional das Associações dos Servidores de Bancos Centrais (Fenasbac) apoia a iniciativa.

Controle do dinheiro

Com mais de 4 milhões de usuários, a Greenlight é uma startup conhecida mundialmente por oferecer um cartão de crédito controlado, o que indica um avanço no acompanhamento e no controle de gastos nas esferas públicas e privadas.

Em princípio, tal tecnologia é voltada para a fiscalização parental, onde os pais conseguem monitorar e bloquear o dinheiro caso seus filhos ultrapassem o limite concedido. Apesar disso, a ideia pode ser estendida para programas sociais, como o próprio Bolsa Família, aqui no Brasil, onde o Estado poderá monitorar as transferências realizadas pelos beneficiários e as suas aplicações para finalidades específicas, previstas em Lei.

Pontuação de crédito alternativa

Alguns bancos e empresas de seguro passaram a fazer uso da inteligência artificial, do Big Data e da telemática para calcular as pontuações de crédito. A FICO, por exemplo, uma agência de relatório de crédito, oferece pontuação de crédito alternativa que faz uso dos dados de contas mensais de serviços públicos e de depósito para analisar os pontos de cada cliente.

Além dela, outras seguradoras estão fazendo uso de tais tecnologias para desenvolver métodos de avaliação de risco que não façam uso das fixações de preços para emitir as pontuações.

Propriedades fracionadas

De volta graças a tecnologia blockchain, as propriedades fracionadas é um modelo de compra compartilhado onde o bem é adquirido por várias pessoas, assim como o seu custo, que passa a ser compartilhado pela mesma parcela de envolvidos. Apesar de ser mais comum em imóveis ou transportes, as propriedades fracionadas também estão sendo utilizadas para a compra de ações de empresas, já que os contratos inteligentes estão cada vez mais presentes nas interações organizacionais.

Carteiras digitais

Presente nas discussões sobre tecnologia, as carteiras digitais armazenam informações de pagamento em dispositivos móveis e permitem a realização de pagamentos através de biometria, reconhecimento facial ou até mesmo o uso de senhas/PIN.

Em dezembro de 2020, a FinCEN apresentou ao mundo as chamadas “carteiras auto-hospedadas”, conhecidas por não serem hospedadas em instituições financeiras, mas sim nos próprios computadores de seus usuários.

A ideia é a total desmaterialização do dinheiro no dia a dia, com as transações sendo realizadas principalmente através de aplicativos nos smartphones ou smartwatches.

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