Polos de indústria e desenvolvimento de tecnologia estão espalhados pelo mundo. Muito além do Vale do Silício. No Brasil, diversas hubs de inovação estão a disposição de empresas com soluções para seus negócios.
A cena tecnológica no Brasil impacta todos os setores de produção, incluindo o varejo. A transformação digital e como ela pode impactar a eficiência de uma operação foi tema do painel “Chega de intuição: tecnologia e inteligência para potencializar a eficiência da operação”, do Retail Meeting Days, Varejo e Indústria, do Grupo Padrão.
Roberto Butragueño, diretor de varejo e e-commerce da Nielsen, está há um ano no Brasil e relata que o mercado brasileiro apresenta muita inovação.
“O ecossistema brasileiro de inovação e indústria têm muito material e muito a compartilhar. Essa vontade de sair fora, de compartilhar com os outros, de aprender e mostrar o que cada um está fazendo é um desafio”, comenta o executivo.
Luiz Elisio Castello Branco de Melo é presidente do Hortifruti e aponta a mudança de cultura brasileira como um fator preponderante para a incorporação da tecnologia no processo de venda.
“Acho que é muito mais a questão de cultura dentro da empresa, de ser um pitcher na companhia em prol da implementação da tecnologia. É um trabalho que temos que catequizar pra usar esse tipo de tecnologia”, complementa.
Trabalhar com informação
Uma aplicação para smartphones ou dispositivos móveis baseada na navegação por satélite, com informação de usuários e detalhes de rotas para uma rede de pessoas. Essa é a proposta do Waze, uma das plataformas mais utilizadas em todo o mundo quando o assunto é mobilidade.
Segundo Leandro Esposito, Country Manager do Waze no Brasil, 20% de todas as rotas traçadas no aplicativo são relacionadas ao consumo. A cada segundo, cinco pessoas são levadas para um varejista. Para o executivo, construir visão através das informações é o mote do Waze desde sua criação.
“O esforço que temos feito é de construir a visão de como usar essas informações, de como utilizar esse momento para gerar informações. Como criamos alavancas mensuráveis para entender qual o melhor momento de comunicar com essas pessoas. O compartilhamento cria tecnologia e ajuda as empresas a usarem esses dados para transformar o negócio”, afirma Leandro.
“O COMPARTILHAMENTO CRIA TECNOLOGIA E AJUDA AS EMPRESAS A USAREM ESSES DADOS PARA TRANSFORMAR O NEGÓCIO”
Franquia, inovação e tecnologia fazem parte do trabalho das Óticas Carol. Raquel Pirola é diretor de marketing e inovação da companhia e comenta sobre o DNA da empresa e a incorporação recente na jornada do cliente.
“É preciso entender em como engajar o franqueado para que ele adote e faça uso disso. Ferramentas e tecnologia são interessantes por si só, então temos que pensar como trazer soluções que melhorem a vida do consumidor, do balcão e do franqueado”, relata.
Reinvenção
Pensando no consumidor, a Ri Happy iniciou um processo de inovação no relacionamento. Carlos do Prado Fernandes, diretor de operações da empresa, comenta que com a criação de uma loja high tech, as vendas não foram impulsionadas, já que o seu consumidor quer brincar.
“O que a criança quer é brincar. No nosso business a parte lúdica é muito importante, a criança quer brincar. Mas na relação com o nosso cliente final, nós estamos investindo em evento, em loja, em brincadeira e na possibilidade dela sentir mais o mundo da fantasia, nem sempre pensando na tecnologia”, conta.
Em relação à experiência dentro da loja, Raquel comenta a diversidade do brasileiro e seu anseio de ser bem atendido na sua jornada.
“É importante cultivar uma cultura que está no chão da loja. Varejo não se vive fora da loja. Estamos tornando cada vez mais o atendimento ao cliente fluido, tranquilo, rápido e simples. Temos que explorar ainda mais a simplicidade do Brasil que tem muito ainda a ser feito. Vamos ter a consciência de não perder o contato do consumidor”, ressalta a diretora.
Tecnologia e inovar pressupõe que se saia de uma zona de conforto. Segundo Roberto Butragueño, o esforço em se mensurar resultados é importante, mas antes disso é preciso pensar em compartilhar.
“Pensar em menos coisas, mas fazer mais rápido e ser mais ousado. Fazer as coisas certas, escolher as batalhas que querem brigar e seguir em frente com a luta de inovar”, acrescenta o executivo.
Luiz completa que as lojas não vão acabar, essa ainda é a realidade. “Temos que prestar muita atenção. Temos que preparar nossos colaboradores de informarem o que seja necessário no seu negócio. Informar cada vez mais o que se faz e o propósito daquilo. Cada vez mais você tem soluções e mais empresas oferecendo. Mas é importante ter foco. Vejam se isso vai fazer a diferença no seu negócio”, finaliza.