Dubai – Emirados Árabes – A décima edição do World Retail Congress, o WRC, terminou na noite desta quinta-feira em Dubai, com um jantar e uma cerimônia de reconhecimento às empresas de varejo que mais se destacaram em diversas categorias no último ano, o World Retail Awards. O resultado foi produto de um extenso trabalho de julgamento realizado por profissionais especializados que avaliaram diversos requisitos, tendo em vista justamente a possibilidade de aliar pragmatismo, excelência na gestão, qualidade dos indicadores, execução, imagem e conexão com os consumidores.
Critérios que ajudaram a coroar a americana T.J. Maxx como varejista do ano. A empresa, pertencente ao conglomerado TJX Companies Inc registra um aumento de vendas impressionante há vários trimestres, superando por larga margem outros grandes conglomerados de moda, acessórios, calçados e outros itens como Gap, Macy’s e Nordstrom. As vendas no ano fiscal de 2015 renderam US$ 29,1 bilhões, crescimento de 6,2% em relação ao exercício anterior, superando os US$ 28 bilhões da gigante Macy’s.
Aliás, o WRC deve ser visto e compreendido sob essa ótica. É disparado o evento que mais se dedica a mostrar a sofisticação e a qualidade da gestão dos negócios do varejo no mundo. Ele não faz da tecnologia um fim, não valoriza a intuição, não faz devaneios sobre a criatividade. Mostra que o varejo atual precisa ser comandado com competência, liderança de visão, capacidade de execução e a busca obsessiva por indicadores. Questões como multicanalidade, omnicanalidade, comportamento do consumidor, experiência, serviço, eficiência, produtividade e cultura corporativa são discutidos de forma estratégica, consistente e qualificada.
Nada fica de fora e nada é excessivo. Os debates são enxutos, cortantes, objetivos, retos. Os executivos, todos experientes, líderes, pragmáticos, vão direto ao assunto, não se apresentam, nem exibem currículos. As experiências das pessoas não importam. O que vale é o negócio, o desempenho, a visão, os valores, a busca por resultados, as questões que incomodam e inquietam a agenda corporativa do varejo.
Reconhecimentos justos
Por outro lado, quem gosta de inovação real, aquela que gera dinheiro novo, tem no WRC um ambiente seguro de boas práticas. O nível das soluções apresentadas -voltadas para melhoria da experiência do cliente, analytics, eficiência e produtividade, comunicação, integração de canais, operações de e-commerce, apps – é elevado. Não por isso, as discussões sobre o futuro do varejo procuraram se situar em universos de curto prazo, em possibilidades que nos dias de hoje parecem viáveis e para as quais os recursos – tecnológicos, humanos, financeiros – existem.
Assim, ao vermos a lista dos melhores do varejo mundial, podemos acreditar que o saldo é poderoso. Os cases relatados mostram que o varejo mundial está se sofisticando de modo acelerado. A grande questão, segundo Sergio Herz, CEO da Livraria Cultura e único representante brasileiro do setor no evento, é: manter aberta “uma loja que não significa nada, não traz nada de novo, e vende o que todas vendem, não faz sentido nos dias de hoje. Para comprar o elementar, o básico o já sabido, usa-se a internet.” As operações reconhecidas no WRC Awards já aprenderam essa lição.
Confira a relação dos principais prêmios da noite:
Varejista do Ano
T.J. Maxx – TJX Companies Inc.
Jovem Empreendedor de Varejo do Ano
Julie Stevanja – Stylerunner
Varejo “Responsável”(Consciente) do Ano
Lush Fresh Handmade Cosmetics
Design de Loja do Ano
Fang Suo Commune Chengdu Store
Melhor Experiência de Canais para o Consumidor
Gome Electrical Appliances
Prêmio Rodney Fitch para Inovação e Criatividade
Eight Inc. (8 Inc)
Liderança Fora-de-Série
Dr. Gordon Campbell – Conselheiro do Board e ex-CEO da SPAR International
Melhor Campanha de Propaganda para Data Promocional
O homem na lua (Man on the moon) _ John Lewis
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão