O Brasil é um dos líderes no descarte de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) ? segundo estimativa da ONU, uma cidade como São Paulo produz cerca de 5,5 mil toneladas de resíduos eletrônicos por ano. Mas, infelizmente, o país não ocupa o primeiro lugar da lista dos países que descartam de modo correto esse tipo de lixo. Os motivos para isso se devem à pífia divulgação de programas de reciclagem e de postos de coleta, bem como à falta de tecnologia para a reciclagem desse tipo de resíduo.
Confira abaixo como e onde descartar o lixo eletrônico.
Pilhas e baterias
As pilhas e baterias de uso doméstico apresentam perigo quando descartadas incorretamente, isso porque em suas composições são encontrados metais pesados, como cádmio, chumbo e mercúrio, extremamente perigosos à saúde humana. Dentre os males provocados pela contaminação com metais pesados está o câncer e mutações genéticas.
Esses produtos em funcionamento não oferecem riscos, uma vez que o perigo está contido no interior delas. O problema é quando elas são descartadas e passam por deformações na cápsula que as envolvem ? amassam, estouram ? e deixam vazar o líquido tóxico de seus interiores. Esse líquido se acumula na natureza e ele representa o lixo não biodegradável, ou seja, não é consumido com o passar dos anos. A contaminação envolve o solo e lençóis freáticos, o que prejudica a agricultura e a hidrografia.
Justamente por serem biocumulativas é que surgiu a necessidade do descarte correto de pilhas e baterias usadas. As pilhas e baterias podem ser recicladas, reutilizadas, ou podem passar por algum tipo de tratamento que possibilite um descarte não nocivo ao meio ambiente.
A legislação brasileira, por meio da resolução nº 257 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), determina que os fabricantes devem inserir, na rotulagem dos produtos, informações sobre o perigo do descarte incorreto das pilhas e baterias automotivas e de celular no lixo comum.
Além disso, a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), sancionada em 2010, estabelece o incentivo à chamada logística reversa, que constitui em incentivos para que as empresas, governos e consumidores estejam comprometidos em viabilizar a coleta e restituição dos resíduos sólidos à empresas fabricantes, além da participação de cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais recicláveis.
A responsabilidade por recolher e encaminhar adequadamente as pilhas após o uso é do fabricante. Portanto, os materiais usados devem ser entregues aos estabelecimentos que comercializam ou às assistências técnicas autorizadas, para que eles repassem os resíduos aos fabricantes ou importadoras.
Celulares
Um aparelho celular contém diversos componentes: segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), dos 118 elementos químicos presentes na tabela periódica, o celular contém 43 deles, como o mercúrio, o cádmio e o chumbo, que são metais tóxicos.
O celular também é composto por carcaça, placa de circuito impresso, bateria e chip, sendo que a carcaça é feita de polímeros plásticos. Há ainda a placa de circuito impresso (PCI), que são microprocessadores com funções de memória.
Quando o celular é descartado em postos de coleta, ele passa por uma série de processos: inicialmente, passa por um computador que faz a triagem para separar os equipamentos em condições de uso que podem ser doados, dos que não podem ser reutilizados. Logo, o aparelho é desmontado e a carcaça, bateria e a PCI são separados. Cada um desses componentes tem um destino específico.
Em seguida, é dada uma destinação diferente para os componentes tóxicos com relação aos não tóxicos. Os componentes tóxicos são colocados em tanques e os não tóxicos são triturados e vendidos para outros países que possuem a tecnologia de extração dos metais.
Com base na logística reversa da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem recolher os produtos e resíduos remanescentes após o uso, dando uma destinação final ambientalmente adequada. Logo, as operadoras de telefonia móvel e os fabricantes devem aceitar modelos de aparelho celular fora de linha.
Computadores
Procure utilizar seu computador até o fim de sua vida útil. Se escolher por trocar o produto, faça uma doação ou venda-o. Algumas instituições de caridade e telecentros aceitam eletrônicos em bom estado.
Caso não tenha mais conserto, encaminhe o computador para a reciclagem. Grande parte dos componentes eletrônicos é reciclável, o que garante o reaproveitamento de 80% dos materiais plásticos e metais. Outra opção é devolver o PC ao fabricante, que será responsável pela destinação correta, de acordo com a política de logística reversa prevista pela Lei de Resíduos Sólidos, que está totalmente em vigor no país.
Lâmpadas
Processos realizados em locais especializados são responsáveis por retirar o mercúrio das lâmpadas fluorescentes, a fim de eliminar a possibilidade de contaminações ambientais e intoxicações. Por isso o descarte deve ser bem feito: procure quais os lugares certos, isole o material em caso de quebra e avise sobre o conteúdo entregue.
Os locais que vendem este tipo de produto são obrigados, se a Lei Municipal 9.851/2005, a recebê-los e encaminhá-los ao local adequado. Em geral, os estabelecimentos somente aceitam o descarte de lâmpadas se o consumidor estiver comprando novas. Confira abaixo alguns locais que recebem lixo eletrônico como descarte ou doação e sites que indicam onde você pode descartá-los.
CDI
O Comitê para a Democratização da Informática (CDI) é uma ONG dedicada à inclusão digital, com sede no Rio de Janeiro e presença em 12 países. Para doar ao CDI, é preciso entrar em contato com a unidade regional mais próxima e informar-se sobre o processo adequado de envio. Em São Paulo, a oferta deve ser negociada pelo e-mail [email protected].
CDI (21) 2558-5695 e (11) 3666-0911, ramal 23.
Computadores para Inclusão
Os Centros de Recondicionamento de Computadores (CRC) recebem equipamentos doados por pessoas físicas, empresas e órgãos públicos a fim de reutilizá-los em atividades de formação educacional e profissionalizante de jovens de baixa renda. O programa é uma ação do Ministério das Comunicações e faz parte da política de inclusão digital. Atualmente, os CRCs funcionam nas cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Lauro de Freitas (BA), Porto Alegre (RS) e Recife (PE).
Projeto CRC (61) 3311-6389
Descarte Certo
Com cobertura nacional, o Descarte Certo oferece coleta em domicílio de materiais eletrônicos e seu envio aos locais adequados de reciclagem. A empresa presta serviço para pessoas físicas e jurídicas e recolhe itens de pequenas ou grandes dimensões. Também atua em parceria com supermercados, seguradoras, lojas e alguns projetos sociais. Para agendar a coleta, preencha um cadastro no site da empresa. Caso seja feito diretamente pelo Descarte Certo, o custo para a coleta dos equipamentos mais comuns varia entre 39,90 reais para três equipamentos pequenos; 69,90 reais para até dois equipamentos médios; e 139 reais para um produto de tamanho grande.
Descarte Certo (11) 4153-1777
CEDIR
O CEDIR-USP tem o maior centro público de descarte de lixo eletrônico da América Latina. O galpão de 450 metros quadrados recebe eletrônicos da Categoria 3, que inclui equipamentos de informática e telecomunicações, como computadores, celulares, teclados e mouses. Os materiais podem ser enviados somente por pessoas físicas e são reaproveitados em instituições e entidades parceiras. É preciso abrir um chamado técnico pelo help desk do Centro de Computação Eletrônica da USP, nos telefones (11) 3091-6454/6455/6456 e agendar o envio dos equipamentos.
CEDIR – USP (11) 3091-6400
Coopermiti
A cooperativa especializada em coleta e reciclagem de lixo eletrônico está localizada em São Paulo. Empresas e consumidores podem levar os equipamentos diretamente para o galpão da Coopermiti, na Barra Funda, ou agendar uma coleta para grandes quantidades de resíduos com um caminhão. A coleta é feita gratuitamente em parceria com a prefeitura da cidade. Também há vários pontos de coleta espalhados pela cidade de São Paulo, que podem ser consultados no próprio site da cooperativa.
Coopermiti (11) 3666-0849
Rota da Reciclagem -O site agrupa centros de recolhimento de e-lixo. Procure por cep e endereço aquele centro mais perto da sua residência ou empresa.
E-Cycle – Você digita seu CEP, marca o que quer descartar e a plataforma aponta os postos de coleta mais próximos de seu local. Para acessar clique aqui.
Apple – Oferece código para envio gratuito de qualquer produto pelos Correios. Pedidos pelo 0800-7723126 ou [email protected].
HP – Cartuchos podem ser descartados nas lojas da marca e nas redes Kalunga ou Saraiva. Para outros equipamentos, envie pedido pelo e-mail [email protected].
Sony – A Sony coleta pilhas e baterias em postos autorizados ou nas lojas da marca. Instruções aqui.
Samsung – Eletrônicos e cartuchos são retirados pela empresa em casa com agendamento pelo site.
Positivo – Há um SAC com informações sobre a reciclagem e postos de coleta mais próximos no [email protected] e nos telefones 4002-6440 (São Paulo,
Curitiba, Belo Horizonte e Brasília) e 0800-6447500 (outros locais).
Dell – Recolhe produtos em todo o país, com agendamento pelo site.
Lenovo – Informa o melhor local para a coleta pelo SAC no 0800-8850500 ou [email protected]
Epson ? Para reciclar cartuchos da marca, veja este link.
Itautec ? Para saber como proceder com a reciclagem de produtos desta marca, clique aqui.
LG ? Informações de como enviar seus materiais velhos e pontos de coleta por estado podem ser encontrados aqui.
Motorola ? As condições para o descarte Eco-moto podem ser conferidas clicando aqui.
Philips – Ciclo Sustentável- Reciclagem de eletroeletrônicos, pilhas e baterias e equipamentos médicos. Clique aqui e conheça mais.
Santander – Agora, as pilhas e baterias portáteis podem ser descartadas nos postos de coleta disponibilizados pelo Programa Abinee Recebe Pilhas.
Além disso, todas as operadoras de celular têm coleta de baterias e aparelhos em suas milhares de revendas espalhadas pelo Brasil.
* Com informações dos portais Mundo Educação, Idec, eCycle e Consumidor Consciente.