Em meio ao aquecimento global, desmatamento e outros assuntos que preocupam e causam debates pelo planeta, uma novidade que pode reduzir impactos no espaço veio à tona. Uma recicladora de plástico, desenvolvida pela Braskem e pela Made In Space – empresa contratada pela Nasa – foi lançada nesta semana.
A máquina é a primeira operação comercial capaz de fazer a reciclagem de plástico em naves espaciais e transforma restos de embalagens em filamentos, em menos de dez horas.
“O plástico de fonte renovável foi escolhido por reunir características como flexibilidade, resistência química e reciclabilidade. Há capacidade de imprimir peças e ferramentas em 3D sob demanda aumenta a confiabilidade e segurança de missões espaciais. A recicladora em órbita poderá contribuir, por exemplo, com reposição de peças danificadas e produção de ferramentas sob demanda. Dessa forma, é possível fechar o ciclo do plástico na Estação Espacial, reduzindo a dependência de matérias-primas enviadas a partir da Terra“, explica Fabiana Quiroga, diretora de Economia Circular da Braskem na América Latina.
Sustentabilidade para os astronautas
Apresentada na Wallops Flight Facility, estação de voos da Nasa na Virgínia, nos Estados Unidos, a recicladora estava em testes desde 2016. Seu tamanho e estrutura lembram um microondas tradicional, com 50 cm de largura, 43 cm de profundidade e 22 cm de altura.
O aparelho tem o objetivo de melhorar o ciclo de consumo no espaço e contribuir para o aumento de autonomia e sustentabilidade das missões espaciais, sendo capaz de moer os resíduos plásticos, fundi-los e produzir um filamento do mesmo polímero.
O resultado transforma possíveis lixos em matérias-primas para novos itens. Desta forma o equipamento fornecerá material reciclado para a impressora 3D da Estação Espacial Internacional.
“Recursos para fabricação local são fundamentais para a exploração espacial. Demonstrar e validar as capacidades de reciclagem na Estação Espacial Internacional são etapas importantes para o desenvolvimento de sistemas de fabricação sustentáveis que vão permitir o avanço nos estudos sobre o sistema solar“
Michael Snyder, engenheiro-chefe da Made In Space
A intervenção de astronautas para usar a máquina é mínima, já que o processo de reciclagem é automatizado. Para a empresa brasileira, a ação tem um grande valor de inovação, que vai de encontro aos seus princípios de conscientização com o planeta e com os seus clientes.
“Nós acreditamos que a inovação ajuda a melhorar a vida das pessoas, seja aqui na Terra ou no espaço. Na Terra, estamos empenhados num esforço conjunto, que envolve nossos clientes, parceiros da cadeia de valor e a sociedade em geral, para a busca de soluções mais sustentáveis por meio do uso do plástico. Uma delas é o próprio bio-plástico I’m green PE, o primeiro polietileno do mundo feito a partir de fonte 100% renovável, que contribui para redução da emissão de CO2, um dos gases do efeito estufa. E, no espaço, apoiando a Made In Space, temos a oportunidade de contribuir para o aumento de autonomia das missões e otimização do peso transportado“, afirma Fernando Musa, presidente da Braskem.
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