O consumidor está cada vez mais exigente em relação à postura das marcas para a sustentabilidade. Desde a pandemia, o consciente coletivo sobre o impacto que as atitudes individuais e de grupos têm sobre o funcionamento da sociedade dissemina tanto a ideia de empatia quanto de deveres. Contudo, mais do que assimilar estes valores, as marcas precisam descobrir maneiras de estabelecer conexão emocional com os consumidores para transparecer seus reais esforços em sustentabilidade ambiental.
“Os consumidores estão cada vez mais preocupados e vocais sobre a sustentabilidade e as empresas precisam mostrar – e não apenas contar – seus compromissos com este tema para manter ou ganhar credibilidade“, diz Tonny Martins, gerente geral da IBM para América Latina. “Hoje, menos da metade dos consumidores confia nas declarações das empresas sobre a sustentabilidade ambiental”, releva o executivo levando em conta uma recente pesquisa do IBM Institute for Business Value feita com mais de 14 mil consumidores em nove países, incluindo o Brasil.
A pesquisa, além de reforçar a influência da pandemia sobre as expectativas do consumidor para a sustentabilidade, revela ainda que ele está cada vez mais disposto a mudar a forma com que compra, viaja, escolhe um empregador e até mesmo onde faz investimentos pessoais. No Brasil, 66% dos entrevistados disseram estar dispostos a mudar seu comportamento de compra para ajudar a reduzir o impacto negativo no meio ambiente.
É importante notar também a conexão emocional que a pesquisa revela – e o quanto esta conexão aumentou desde a pandemia. Mais da metade dos consumidores relataram que a sustentabilidade é muito ou extremamente importante para eles ao escolher uma marca – 22% a mais do que os consumidores pesquisados antes da pandemia.
Se acredita, investe
Como investidor, o consumidor leva cada vez mais em conta a sustentabilidade ambiental em suas carteiras de investimento – cerca de metade dos entrevistados afirmou ter essa atenção na hora de direcionar seus recursos financeiros, e um quinto disse que provavelmente fará investimentos em empresas sustentáveis no futuro. Além disso, 60% dos investidores entrevistados esperam comprar ou vender participações no próximo ano com base em fatores de sustentabilidade ambiental.
Metade de todos os consumidores pesquisados concorda que a exposição de uma empresa às mudanças climáticas impacta o risco financeiro dos investidores. Os entrevistados no Brasil refletem o perfil médio geral – o País está em 4º lugar na classificação por nível de concordância. Os entrevistados na Índia e na China relataram, de longe, os níveis mais altos de associação de risco climático com risco financeiro, enquanto Alemanha, EUA, Reino Unido e Canadá são os mais dominados pela incerteza.
Se acredita, se dá
Como funcionário, aliás, o consumidor está disposto a aceitar um salário mais baixo para trabalhar em uma empresa que se preocupa com a sustentabilidade. De acordo com a pesquisa, mais de dois terços de toda a força de trabalho potencial (empregados em tempo integral ou meio-período) têm maior probabilidade de se candidatar e aceitar empregos em organizações ambientalmente e socialmente responsáveis – e quase metade aceitaria um salário mais baixo para trabalhar nessas organizações.
Se acredita, paga mais
Compradores e viajantes pagarão mais pela sustentabilidade ambiental. Apesar do impacto financeiro da pandemia em muitas pessoas, 54% dos consumidores pesquisados pela IBM estão dispostos a pagar mais por marcas que são sustentáveis ou ambientalmente responsáveis. Além disso, os consumidores se esforçam mais para consumir de forma sustentável (e talvez por isso exijam mais das empresas).
Segundo a pesquisa, com relação às viagens, quase um em cada três entrevistados acredita fortemente que seus hábitos pessoais de viagem contribuem para a mudança climática, e por isso 82% dos brasileiros estão ativamente procurando viajar por meios de transporte mais ecológicos.
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