O crescente avanço do mercado digital tem impulsionado o ecossistema de inovação e as startups surgem como protagonista na economia e na transformação tecnológica do país. Nos últimos 4 anos, as startups nacionais receberam US$ 21,9 bilhões em investimentos (R$ 108,4 bilhões), conquistando 60% dos investimentos feitos na América Latina, segundo os dados recentes do Panorama Tech da Distrito.
O Brasil é o maior mercado em número de startups de toda a América Latina. Dos 45 unicórnios da América Latina, 24 estão no Brasil, mais que a soma de todos os unicórnios dos demais países latinos juntos. Isso significa que 53% dos unicórnios latinos estão em terras brasileiras. Ainda de acordo com o levantamento, o país conta com 13 mil startups.
Esses novos modelos de negócios tecnológicos representam uma nova abordagem para a inovação e o empreendedorismo, caracterizadas por sua agilidade, criatividade e capacidade de adaptação às mudanças do mercado. Mas, em meio a um cenário econômico desafiador, surge a pergunta: há espaço para o otimismo no Brasil quando se trata de startups?
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Potencial de mercado
O Brasil responde por aproximadamente 1,76% do PIB mundial, de acordo com dados recentes. Embora essa fatia possa parecer modesta em comparação com outras economias de grande porte, como os Estados Unidos e a China, o Brasil ainda desempenha um papel importante no contexto global.
Segundo o ranking de países mais competitivos elaborado pelo IMD (Instituto de Desenvolvimento de Gestão), o Brasil ocupa a 60ª posição. Este posicionamento coloca o país atrás de alguns de seus vizinhos na América Latina, como Chile, Peru, México e Colômbia.
De acordo com a publicação da Distrito, no ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil ocupa a 12ª posição maiores economias do mundo e projeções da organização financeira aponta que, até 2026, o país ocupe a 8ª posição do ranking.
É nesse cenário que surge um amplo mercado consumidor e as startups vêm tentando preencher uma os pontos de dor ao resolver as oferecer soluções e serviços aos consumidores com inovações tecnológicas.
Investimentos em Startups
As incertezas econômicas e políticas seguidas principalmente pelos pós pandemia e a Guerra da Ucrania, colocaram o investimento em startups em um momento de recuo. Em 2022, o volume de investimento anjo teve um recuo de 2% quando comparado ao ano anterior. No ano passado o aporte em startups foi cerca de R$ 984 milhões por investidores anjos brasileiros, em contrapartida, o número de investidores aumento em 2%, no mesmo ano. Os dados fazem parte da pesquisa realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta o investimento anjo e apoia o empreendedorismo inovador no país.
Para este ano, a pesquisa apontou para uma perspectiva na redução dos investidores. É esperado uma redução de pelo menos 4%, o que é considerado a pior expectativa desde 2011, ano em que os especialistas pela primeira vez projetaram uma redução nos investimentos. Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil faz uma análise sobre o cenário de investimentos nos últimos anos.
“Infelizmente vimos um recuo no volume de investimentos em startups em 2022 em comparação com 2021 como um todo, sendo que o investimento anjo apresentou menor redução do que outros investidores como os fundos de Venture Capital, mostrando sua resiliência mesmo diante de cenário adverso como a taxa de juros elevada, além de ter sido um ano de muitas incertezas geradas pela guerra da Ucrânia, alta da inflação e a acirrada disputa eleitoral brasileira. O que manteve o patamar de investimento anjo foi o aumento no número de investidores, compensando a queda nos valores aportados individualmente.
Desafios do ecossistema de inovação
A incerteza é uma característica recorrente do ambiente de negócios e da política. No entanto, é na incerteza que a inovação encontra o seu terreno mais fértil. Quando empreendedores e inovadores enfrentam desafios, eles são motivados a encontrar soluções criativas e eficazes. Em vez de se apegarem a discussões polarizadas, eles se concentram em encontrar maneiras de fazer as coisas de forma diferente, melhor e mais eficiente.
A inovação é alimentada pela curiosidade, pela resolução de problemas e pela busca constante de maneiras de atender às necessidades dos consumidores de forma mais eficaz, ágil e moderna.
Para Lidia Gordijo, diretora de experiência da Buser na palestra sobre os pontos de dores das startups no CONEREC 2023, enfatizou que a agilidade, aprendizado contínua e a escuta ativa dos clientes são elementos essenciais para o sucesso das startups em um mercado caracterizado pela volatilidade e incerteza.
“Herdando um mercado volátil e repleto de incertezas, é preciso ter flexibilidade para testar, errar, aprender e corrigir sempre rápido. As startups, geralmente, focam na sua presença digital para ajudar a escalar seu produto e têm cada vez mais canais receptivos de feedbacks em tempo real, por meio das redes sociais, avaliações de clientes nas lojas de app e sites de reclamações”, exemplifica Lidia Gordijo, diretora de experiência na Buser na palestra sobre Startups no CONAREC 2023.
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