Apesar de considerado um dos mais dinâmicos da economia brasileira nos últimos dez anos, o setor de serviços mostra que também vem sofrendo com a crise. Em 2015, praticamente todos os seus segmentos encerraram o ano com quedas recordes. Em dezembro, o faturamento real do setor de serviços da cidade de São Paulo recuou 4,8%, em relação ao mesmo mês de 2014, e atingiu o montante de R$ 21,5 bilhões, cerca de R$ 1,1 bilhão a menos do que o alcançado naquele período. Essa foi a primeira queda registrada para dezembro desde o início da série histórica, em 2010.
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O município de São Paulo tem grande relevância nos resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, representando aproximadamente 20% do total que é gerado de receita no País. Os dados são da inédita Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), a qual disponibiliza a partir de agora o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, fornecidos pela Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico.
No ano, o faturamento real do setor caiu 2,8% e totalizou R$ 256,5 bilhões, cerca de R$ 7,5 bilhões a menos do que o valor registrado em 2014. Com a queda, a receita do setor voltou a um patamar inferior ao de 2013, quando atingiu R$ R$ 259,3 bilhões. Das 13 atividades que compõem a pesquisa, dez apresentaram queda de receita em dezembro no comparativo com o mesmo período de 2014 e foram responsáveis pelo impacto negativo de 6,8 pontos porcentuais para o recuo do resultado geral dos serviços de São Paulo. O setor que sofreu a maior retração foi o de construção civil, que viu seu faturamento encolher 26,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior e -16% no acumulado de 2015 (perda de R$ 2,2 bilhões no faturamento).
Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, depois de um período longo de alta nas receitas, o segmento registrou um ano muito ruim, resultado do aumento do desemprego, da queda no rendimento da população, dos juros altos e da escassez de crédito.
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Outros setores que também registraram quedas acentuadas em dezembro foram: educação (-16,2%); outros serviços (-13,9%); representação (-10,8%); bancários, financeiros e securitários (-9,4%); e serviços jurídicos, econômicos e técnico-administrativos (-7,5%). Para a Federação, os resultados negativos são reflexo das crises econômica e política do País. Em contrapartida, as únicas três atividades que registraram crescimento em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2014, foram Simples Nacional (10,5%) (empresas enquadradas por essa tributação); saúde (7,8%); e viagens, hospedagem, eventos e assemelhados (2,9%).
Esses resultados contribuíram para reduzir o resultado negativo do total do faturamento real dos serviços em 2 pontos porcentuais. No acumulado de 2015, os destaques positivos foram as empresas prestadoras de serviços enquadradas no Simples Nacional, que cresceram 10,4% nos seus faturamentos reais. De acordo com a Federação, o segmento, ao longo de toda a série histórica, vem registrando resultados positivos nas suas receitas em razão da entrada em vigor da Lei Complementar nº 123/2006 e da vigência da LC 147/2014, que favoreceram a formalização de um número maior de atividades que optam pela tributação e impulsionam resultados positivos das receitas do setor.
Expectativa
Para 2016, a perspectiva da Entidade é de mais um ano de fraco desempenho para o setor de serviços da capital paulista. Na contramão da crise, as atividades do Simples Nacional e saúde devem registrar resultados positivos, o que pode amenizar baixo desempenho do setor de serviços na cidade de São Paulo. Entretanto, ainda segundo a FecomercioSP, o consumidor e os empresários estarão cada vez mais cautelosos e devem diminuir os gastos e adiar ou descartar a contratação de determinados serviços.
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