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Será que a tecnologia acabou com a nossa concentração?

Será que a tecnologia acabou com a nossa concentração?

Quem faz tudo não faz nada. E o nosso hábito de checar o e-mail no meio de uma conversa, dar aquela olhadinha no Facebook durante as refeições em família ou passar uma noite romântica de olho no WhatsApp, pode estar fazendo com que realizemos todas as tarefas pela metade.

A nova geração FoMo (em inglês, fear of missing out ou medo de perder alguma coisa) está conectada constantemente e hoje nosso senso de urgência é muito diferente do que era há poucos anos.

Um estudo da Microsoft demonstrou recentemente como a tecnologia moderna está impactando na capacidade de atenção (foco) das pessoas. O médico Fábio Cardoso, especialista em Medicina Preventiva, no entanto, afirma que é possível conviver com as transformações típicas de uma era digital adotando medidas saudáveis na nossa rotina.

A pesquisa detectou que há três tipos de atenção humana: sustentada (foco prolongado); mantendo foco seletivo apesar das distrações; alternada (deslocando a atenção entre estímulos ou tarefas).

Realizado com 200 pessoas e com a realização de exames a 112 voluntários, a pesquisa consistiu em fazer perguntas e solicitar respostas às pessoas que estavam jogando jogos projetados para medir o tempo de atenção. Os níveis de respostas foram agrupados em três categorias: alta, média e baixa capacidade de atenção.

Os exames foram administrados enquanto os voluntários assistiam a diferentes tipos de mídia e estavam envolvidos em várias atividades, um parâmetro para se diagnosticar quando a atenção vagava de um assunto ou tarefa para outro/a.

Os pesquisadores descobriram que a concentração média para os entrevistados e voluntários foi de apenas oito segundos, abaixo de doze segundos em relação ao detectado há quase 15 anos atrás, quando o mesmo teste foi realizado (1999-2000).

Um dado positivo detectado pelos pesquisadores foi que o uso de dispositivos digitais causou uma melhoria nas habilidades de multitarefa. Por outro lado, os voluntários que usaram seus dispositivos digitais tendem a ter mais problemas com foco em situações onde essa condição era necessária para o exercício da função.

O professor Daniel T. Willingham, da University of Virginia, afirmou ao New York times que a tecnologia não tira o nosso foco. Prestar atenção não requer apenas habilidade, mas desejo. A tecnologia pode extinguir o nosso desejo de se concentrar. “Assim, a excitação constante oferecida pelos nossos produtos eletrônicos de consumo está atrapalhando até mesmo a nossa vontade de consumir apenas uma coisa de cada vez?.

O Dr. Fábio Cardoso explica, é possível trabalhar nosso cérebro de forma que ele possa para acompanhar melhor as acelerações provocadas pelas mudanças tecnológicas. Na execução das tarefas de rotina, qual a forma mais saudável do nosso organismo acompanhar a evolução das novas técnicas? Hás vantagens e desvantagens que a aceleração dos tempos provoca no corpo e na mente humana, assegura.

?A Medicina Preventiva pode explicar quais as mudanças o organismo enfrenta nesse tempo acelerado de multitarefas, comandado pelo digital. Também pode ajudar a entender de forma específica as adaptações que o cérebro (e o corpo como um todo, além da mente) opera para se adaptar às novas rotinas comandadas pela tecnologia?, diz ele.

“Os dispositivos digitais não estão corroendo nossos cérebros”, argumenta o professor Willingham“Eles estão, no entanto, nos levando constantemente a pensar no que está fora, uma situação que é provavelmente único na experiência humana”.

O problema é que a definição para este pensamento dirigido para fora” é distorcido (como checar constantemente o e-mail ou jogar Candy Crush). Portanto, isso pode significar que estamos sempre pensando em outras pessoas, como nossos seguidores no Twitter, nossos amigos de Facebook e julgar nossas ações com base nelas.

No fim das contas, a tecnologia é apenas um canal para a nossa própria humanidade. Vivemos nos queixando que nos tornamos viciados em telas brilhante, mas não é pelas telas, mas pelo que está por trás delas: milhares e milhares de outros seres humanos, todos interagindo uns com os outros em graus de tempo real, um espelho da própria sociedade.

 

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