“Temos hoje um fato único ocorrendo: crescimento baixo, inflação em alta, renda não cresce e desemprego aumenta”, comenta Eduardo Jurcevic, superintendente executivo de Consignado do Santander.
Essa equação causa duas coisas à pessoa física. A primeira, quando você tem uma família com duas ou três pessoas empregadas e uma acaba sendo demitida, o orçamento recai sobre as outras duas. “Com toda essa ascensão que teve para a classe média, as pessoas comprando mais, consequentemente isso começa a pesar no orçamento e trazer desequilíbrio”, justifica Eduardo.
A segunda é que, mesmo aquela pessoa que não perdeu o emprego, perde o poder de compra e, com o aumento das contas, como água e luz, a equação do que você gasta e o que você ganha desequilibra. “Quem tinha poupança, consome uma parte dela; quem ganhava, pagava tudo, mas não tomava empréstimo, passou a tomar ou fez um grande ajuste no orçamento. A pessoa que já era endividada teve o tempo de rotativo diminuído, porque a capacidade de fazer os pagamentos de cheque especial e cartão de crédito diminuiu”, explica o executivo.
Dentro desse cenário, o Santander tem um trabalho de prevenção para que o cliente não entre na inadimplência. “Eu acredito que isso é fundamental nesse momento para os bancos. Tanto no telemarketing quanto nas agências, onde a gente recebe os indicadores de que as pessoas estão dando sinais de que podem se tornar inadimplentes”, diz Eduardo.
Ele explica que gerentes e o telemarketing passam a ligar para essas pessoas para oferecer uma linha de crédito que possa se encaixar no orçamento do cliente e alongar a dívida com uma parcela menor. “O fato é que o cliente ficar no rotativo com dificuldade no pagamento, vai gerar inadimplência. Isso não é bom para ele, nem para o banco. Nós notamos que realmente falta informação”.
Mesmo quando o cliente fica inadimplente, eles o contatam para tentar mudar o crédito e fazer uma reorganização financeira, tentando encontrar um meio de encaixar as parcelas no orçamento do cliente.
Eduardo afirma que alongar o parcelamento pode ser fundamental nesse momento. “Estão havendo alguns convênios de consignado indo para a praça com períodos maiores. Por mais que pensem que é muito longo, nesse momento, proporciona um pouco de fôlego para o cliente. Não adianta ele ficar três, quatro meses pagando juros, inadimplente, porque, assim, ele não conseguirá ter linhas de crédito suficiente para poder organizar a vida financeira”, explica Eduardo.
E acrescenta: “O que a gente nota é que realmente falta informação. Ser proativo nesse momento resulta no resgate do cliente de uma situação. Depois, ele olha para trás e nunca vai esquecer o banco que ajudou ele no momento mais complicado”.
Mas Eduardo atenta para o fato de que a decisão final é sempre do cliente. A instituição não pode forçá-lo a fazer o que é indicado. “Nós temos que disponibilizar produto, entender o momento do cliente e ele, por sua vez, tem que fazer duas coisas: aceitar a proposta e fazer os ajustes necessários no orçamento. Não adianta nada pegar a linha de crédito, ajustar a vida financeira, diminuir o limite do cartão de crédito e do cheque especial e, depois de três meses, voltar a gastar”.
O executivo atenta, ainda, para o fato de que o momento atual exige um pouco mais de assertividade e disciplina das pessoas para tomar decisão. “Se você não ganhar na mega sena ou não receber herança, nada na sua vida vai mudar em um mês. Não tem milagre. A disciplina tem que ser mais rápida. O cenário mudou muito e exige essa urgência”.
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