A partir de agora, os usuários brasileiros do WhatsApp podem usar a plataforma para transferir dinheiro para outras pessoas ou pagar por produtos e serviços instantaneamente, assim como ocorre com o envio das mensagens. A novidade deixou o Brasil em polvorosa: somos o primeiro País a experimentar esse serviço.
Para utilizar, é necessário acessar a opção “pagamentos” – função que, gradativamente, está sendo inserida no aplicativo, e cadastrar cartões de crédito e débito de alguns dos bancos parceiros. Inicialmente, as transações serão processadas pela Cielo e os usuários só poderão usar cartões com bandeira Visa e Mastercard, oferecidos pelo Banco do Brasil, Nubank e Sicredi. O uso do crédito só será permitido para o pagamento de compras.
Na prática, toda vez que for fazer uma transação, o usuário irá inserir um PIN de 6 dígitos fornecido pelo Facebook Pay ou usar a biometria do celular, para proteger seus dados bancários. “Estamos muito animados por disponibilizar os pagamentos no WhatsApp aos nossos usuários em todo o Brasil. Facilitar o envio e o recebimento de dinheiro não poderia ser mais importante em um momento como esse”, diz Matt Idema, diretor de Operações do WhatsApp.
Segurança
Mas será que é realmente seguro usar a plataforma para fazer transações financeiras? Francisco Brito Cruz, diretor do Centro de Pesquisa em Direito e Tecnologia da InternetLab, explica que o nível de segurança oferecido aos usuários é bastante parecido com o praticado pelos concorrentes, ou seja, empresas que fazem intermediação de pagamento. “É como se eu fosse à padaria e usasse a maquininha de cartão para pagar. Do ponto de vista de segurança, o funcionamento é o mesmo”, diz.
Além disso, a solução de pagamento é sujeita a uma série de regulamentações dos órgãos públicos, assim como qualquer outra plataforma que atue com transações. “Por isso, o WhatsApp fez parcerias com empresas nacionais que são reguladas pelo Banco Central do Brasil (Bacen)”, explica.
Cuidados e iniciativas
Por outro lado, é preciso ficar atento ao uso da nova tecnologia, principalmente porque existem diversos golpes envolvendo o WhatsApp. Um dos mais comuns – e bastante conhecido dos brasileiros – é a clonagem do número de celulares, com o objetivo de pedir dinheiro para a lista de contatos. “Antes de fazer uma transferência, portanto, é importante checar o contato que receberá o pagamento, para evitar que o dinheiro seja enviado para a pessoa errada”, alerta Nagib Barakat, especialista em Direito Empresarial e sócio do Urbano Vitalino Advogados. Se tiver dúvidas, ligue diretamente para a pessoa ou estabelecimento para o qual irá transferir o dinheiro ou fazer pagamentos.
Não é só o WhatsApp que tem surfado nessa onda de transações rápidas e instantâneas. Plataformas cada vez mais ágeis de pagamentos têm ganhado evidência no Brasil. O próprio Banco Central desenvolveu o sistema Pix que será lançado ainda este ano e permitirá transferências bancárias em segundos. Por isso, o usuário deve ter cautela ao fazer qualquer tipo de transação por meio de plataformas pela internet – seja ela qual for. “No momento de incorporar os dados do cartão no celular, ele deve ter a certeza de que não contém vírus, por isso, é importante ter um programa para bloquear qualquer possibilidade de vírus que podem clonar informações financeiras”, conclui Barakat.
O bê-á-bá do pagamento por WhatsApp
- Para usufruir da modalidade, o interessado deverá acessar o menu de pagamentos e cadastrar seus cartões. Para transferência só será possível usar o débito;
- Pessoas físicas podem fazer até 20 transações por dia, sendo que cada uma delas não pode ultrapassar o valor de R$ 1.000. Não há limites para as empresas.
- A modalidade de crédito só será disponível para pagar compras;
- A empresa que usar a plataforma precisará arcar com uma taxa de 3,99% por transação, já as pessoas físicas não pagam taxas.
- Somente transações dentro do Brasil e na moeda local são autorizadas.
Fonte: WhatsApp
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