Sinergia é uma palavra que ganha cada vez mais sentido dentro da Porto Seguro. Primeiro, pela forma como a criação dos produtos aconteceu ao longo do tempo: a empresa de seguros apostou em serviços que se complementam, até mesmo se envolvendo com serviços financeiros e de celular.
Depois, indo além dessa perspectiva, desenvolveu o Oxigênio, que fomenta startups com ideias que sejam sinérgicas aos produtos da empresa. Hoje, o Oxigênio conta com dois programas – um para startups em estágio inicial, chamado Ignição, e outro que ganhou o nome de Tração, para startups que já estão em andamento, que têm receita de R$ 50 mil.
Durante o Whow! Festival de Inovação, visitamos o Oxigênio, que chega aos seu terceiro ano e já acelerou 29 startups. Para selecioná-las 5538 startups estiveram envolvidas. Hoje, há 32 projetos em operação. E Maurício Martinez, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento TI da Porto Seguro, ressalta: “Queremos mais projetos e não necessariamente uma empresa que será unicórnio, porque o objetivo maior é melhorar a experiência dos nossos clientes”, diz.
Entre os projetos em operação, ele cita a Btime, que tem soluções para saber o fluxo de serviços remotos – que, no caso da Porto, são muitos. Além disse, o Psicologia Viva, voltado para área de saúde. Por meio deste, os funcionários da Porto Seguro têm acesso a uma conversa via Skype com um psicólogo. “O usuário escolhe a especialidade, faz o agendamento e conversa por conferência”, revela.
Outro programa realizado no Oxigênio é o Funil de Startups, que não envolve aceleração de empresas, mas conecta áreas de negócio da Porto Seguro e startups para fazerem negócios. “A empresa tem uma cultura de fazer coisas diferentes”, diz.
Um novo mundo para as bikes
Após a apresentação do executivo do Oxigênio, duas das startups aceleradas apresentaram a ideia sobre a qual trabalharam. “A Oxigênio transforma a vida de quem está aqui dentro”, afirma Sandro Wuicik, empreendedor, triatleta, apaixonado por esse mundo de bikes. Dentro desse contexto, ele percebeu um crescente número de ciclistas não correspondente ao crescimento da infraestrutura, uma vez que há apenas lojas para bicicletas em horário comercial.
“Ciclistas têm problemas quando um pneu fura, uma vez que não encontram locais acessíveis para solucionar os problemas”, diz Wuicik. É dessa dor que nasce a bike station: a inovação consiste em vending machines com principais produtos para bikes, que fica na rota do ciclista e tem Wi-Fi. A startup está também no mundo digital, num app em que o cara pode saber se tem estoque para o produto desejado e conta com clientes como CPTM, Governo de São Paulo, Petrobrás e Ipiranga.
Perspectivas para a segurança no trânsito
Outra dor do cidadão observada por entre as startups aceleradas no Oxigênio foi a dificildade para encontrar carros roubados – consequência, é claro, do grande número de crimes desse tipo que acontece no país. Nesse cenário nasceu a RetinaVision.
A empresa desenvolveu um modelo de rastreador de baixo custo – até sete vezes mais barato do que o padrão. “Hoje, precisamos expandir nossa malha, com foco em frotas veiculares, órgãos públicos e empresas de mobilidade”, diz Victor Miguez, CEO.